Nascida em 1923, em São Paulo, Lygia Fagundes Telles era considerada um dos nomes maiores da literatura brasileira, tendo recebido dezenas de prémios ao longo da carreira, entre os quais o Prémio Camões.

A escritora brasileira venceu o Prémio Camões em 2005, tendo recebido o galardão numa sessão solene na Fundação de Serralves, no Porto, por ocasião da VIII Cimeira Luso-Brasileira.

Na ocasião, afirmou à Lusa que o prémio foi "a colheita de uma grande e antiga plantação" a que se vinha "dedicando com paciência, esperança e paixão”.

Assumiu-se como "uma escritora do terceiro mundo, atenta às desigualdades", empenhada em "ajudar o leitor" através dos seus livros, garantindo procurar "dar ao leitor o consolo e o amor" e defendendo que "a salvação está na arte".

Tem publicadas várias obras, entre romances e contos, entre os quais "As meninas", "Histórias de mistério", "Verão no aquário" e "Seminário dos ratos".

De acordo com a academia brasileira, a década de 1970 foi de intensa atividade literária da romancista e marcou o início da consagração na carreira, tendo publicado alguns dos seus livros mais reconhecidos.

Na década seguinte publicou "A Disciplina do Amor" (1980), que recebeu o Prémio Jabuti e o Prémio da Associação Paulista de Críticos de Arte, tendo o romance "As Horas Nuas" (1989) recebido o Prémio Pedro Nava de Melhor Livro do Ano.

Entre os romances galardoados encontram-se ainda "A Noite Escura e Mais Eu (1995)", que recebeu o Prémio Arthur Azevedo da Biblioteca Nacional, o Prémio Jabuti e o Prémio APLUB de Literatura e os textos do livro "Invenção e Memória" (2000), que receberam o Prémio Jabuti, APCA e o "Golfinho de Ouro”.

Lygia Fagundes Telles trabalhou como Procuradora do Instituto de Previdência do Estado de São Paulo, cargo que exerceu até à reforma.

Foi também presidente da Cinemateca Brasileira e era da Academia Brasileira de Letras e da Academia Paulista de Letras.

[Notícia atualizada às 17:52]