"É com grande tristeza que a Fundação FW de Klerk anuncia a morte do ex-presidente FW de Klerk, de forma tranquila na sua residência de Fresnaye esta manhã, depois de uma lutar contra um cancro", anunciou a organização em um comunicado.

O ex-presidente sul-africano Frederik Willem de Klerk, o último chefe de Estado africânder do país e Nobel da Paz em 1993, em conjunto com Nelson Mandela, tinha revelado no início deste ano, no dia do seu 85.º aniversário, que tinha sido diagnosticado com mesotelioma, um cancro raro, mas grave, que afeta o mesotélio, um tecido que reveste os pulmões, o estômago, o coração e outros órgãos.

De Klerk, Presidente da África do Sul entre 1989 e 1994, foi o líder que abriu a porta ao desmantelamento do ‘apartheid’. Num discurso proferido no parlamento da África do Sul no dia 2 de fevereiro de 1990, anunciou que aquele que viria a ser o primeiro Presidente negro da África do Sul, Nelson Mandela, seria libertado da prisão após 27 anos de cativeiro.

O anúncio eletrizou na altura o país, que durante décadas tinha vinha ser desprezado e sancionado por grande parte da comunidade internacional pelo seu brutal sistema de discriminação racial conhecido como ‘apartheid’.

Com o aprofundamento do isolamento da África do Sul e a sua economia outrora sólida a deteriorar-se, de Klerk, que tinha sido eleito presidente apenas cinco meses antes, anunciou também no mesmo discurso o levantamento da proibição do Congresso Nacional Africano e de outros grupos políticos anti-‘apartheid’.

Vários membros do parlamento abandonaram nesse dia a câmara enquanto o Presidente discursava.
Nove dias mais tarde, Mandela saiu em liberdade e quatro anos depois seria eleito o primeiro Presidente negro do país, em resultado dos negros terem pela primeira vez exercido o direito de voto.

De Klerk e Mandela receberam o Prémio Nobel da Paz em 1993 pela sua cooperação, muitas vezes intensa, no processo de afastamento da África do Sul do racismo institucionalizado e em direção à democracia.

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