Jean-Louis Tauran, que serviu na Cúria como “ministro” das Relações Exteriores do Vaticano, foi quem a 13 de março de 2013 anunciou o tradicional “Habemus Papam” na eleição de Jorge Bergoglio, o Papa Francisco.

O cardeal francês, que sofria da doença de Parkinson desde 2012, foi nomeado camerlengo em 2014, a figura que administra a Santa Sé no período entre a morte do papa e a eleição do novo.

O cardeal, considerado um homem inteligente, trabalhador e incansável, ocupou altos cargos com os três últimos papas.

Com João Paulo II, Tauran foi secretário de Relações com o Estado, uma espécie de ministro das Relações Exteriores do Vaticano, e depois o papa polaco colocou-o no comando da Biblioteca e do Arquivo Secreto do Vaticano.

O papa Bento XVI deu-lhe também uma posição importante na Cúria: presidente do Diálogo religioso com o objetivo de relançar as relações com o Islão.

A sua última viagem, em abril deste ano, foi à Arábia Saudita, onde se encontrou com o rei Salman na primeira visita de um alto funcionário da Cúria àquele país.

O cardeal Jean-Louis Tauran nasceu em Bordeaux (França) a 05 de abril de 1943. Completou os seus estudos clássicos no Liceu “Michel de Montaigne” em Bordeaux e, depois de passar dois anos no seminário diocesano, foi enviado para Roma.

Foi aluno do Pontifício Seminário Francês e da Pontifícia Universidade Gregoriana, onde completou seus estudos filosóficos e teológicos, obtendo os graus de Bacharel em Filosofia e Teologia.

A 20 de setembro de 1969, foi ordenado sacerdote e, depois de treinar por três anos como pároco em Bordeaux, integrou a Pontifícia Academia Eclesiástica (a escola diplomática da Igreja).

De 1975 a 1978 trabalhou na nunciatura de Santo Domingo e entre 1979 e 1983 foi ao Líbano. A 03 de outubro de 1988 assumiu o cargo de Subsecretário de Relações com os Estados.

Em 1991, foi consagrado bispo pelo Papa João Paulo II na Basílica de São Pedro e posteriormente chefiou uma delegação especial da Santa Sé em Belgrado na tentativa de acabar com a crise no Kosovo.

O Vaticano enviou Tauran pela primeira vez a Israel em 1995, numa visita oficial que incluiu o delicado problema de Jerusalém na agenda e um ano depois foi a Havana onde entrevistou o então presidente cubano Fidel Castro.