Albano Martins morreu hoje, no Hospital Santos Silva, em Vila Nova de Gaia, onde se encontrava internado, de acordo com fonte da Universidade Fernando Pessoa, que refere que o funeral do poeta está marcado para quinta-feira, às 16:00, saindo de Mafamude, Vila Nova de Gaia, onde o escritor residia. Não haverá velório, nem existirão cerimónias fúnebres.

Docente nesta universidade, Albano Martins nasceu em 1930, na aldeia do Telhado, concelho do Fundão, e a sua obra está publicada em cerca de duas dezenas de livros de poesia e em diversas antologias e obras coletiva.

Licenciado em Filologia Clássica pela Universidade de Lisboa, Albano Martins é autor de obras como "Secura Verde" (1950), "O Oiro do Dia" (1979), "Os remos escaldantes" (1983), "Uma colina para os lábios" (1993) e "Escrito a vermelho" (1999).

Em 1986, foi distinguido pela Sociedade Brasileira de Língua e Literatura, do Rio de Janeiro, com a medalha Oskar Nobiling de mérito cultural durante o XVIII Congresso Brasileiro de Língua e Literatura.

O primeiro livro, "Secura Verde", data de 1950, o segundo, "Coração de Bússola", de 1967, passando então a publicar regularmente.

"Tive de trabalhar muito para ser professor", disse o poeta, em março de 2009, quando foi homenageado na 1.ª Tertúlia de Poesia Primavera, em Vila Nova de Gaia. Por isso há um interregno na obra, nos anos de 1950/60. A universidade não preparava ninguém para lecionar naquela altura, afirmou.

Nessa sessão de homenagem pelos seus 80 anos, transcrita no 'blog' da Biblioteca Municipal de Gaia, Albano Martins disse que não gostava de falar em carreira literária.

"Os poetas não têm carreira literária", assegurou. "Escrevem porque a escrita é uma necessidade, porque é imperioso escrever".