A notícia foi confirmada ao jornal britânico The Guardian por um porta-voz do departamento da polícia de St Charles, que tinha avançado a informação na sua página na rede social Facebook.

"O Departamento da Polícia de St. Charles, confirma com tristeza a morte de Charles Edward Anderson Berry pai, mais conhecido como o músico lendário Chuck Berry", escreveu o Departamento na sua conta da rede social.

A polícia de St Charles adiantou ter respondido a uma chamada de emergência pelas 12:40 locais (17:40 em Lisboa). O óbito de Chuck Berry foi declarado às 13:26 locais (18:26), depois de lhe terem sido aplicadas manobras de reanimação.

"Dentro da casa, os paramédicos observaram um homem que não respondia e começaram imediatamente a administrar manobras de reanimação. Infelizmente, o homem de 90 anos não pode ser reanimado e foi pronunciado morto às 1h26".

O departamento escreve ainda que a família do música pede privacidade "durante este momento de luto".

Charles Edward Anderson Berry nasceu a 18 de outubro de 1926 na cidade de Saint Louis, no Misouri, e começou a tocar guitarra no liceu.

Na adolescência foi preso por tentativa de roubo e passou três anos num centro educativo, depois disso trabalhou durante algum tempo numa fábrica.

A carreira musical começou aos 15 anos, quando tocou uma versão de “Confessin’ the Blues”, de Jay McShann, numa festa da escola que frequentava.

Na década de 1950, Chuck Berry começou a dedicar-se à música a tempo inteiro. Nessa altura, formou um trio com o baterista Ebby Harding e o teclista Johnnie Johnson.

Em 1957, editou o seu primeiro álbum de originais, “After School Session”.

O último, “Rock it”, data de 1979. Apesar disso, a música de Chuck Berry manteve-se viva noutras décadas, tendo feito parte da banda sonora de filmes como “Regresso ao Futuro” e “Pulp Fiction”.

Em 1977, a agência espacial norte-americana NASA enviou para o espaço dois discos com música representativa do que era criado na Terra. Entre as escolhas estava “Johnny B.Goode”, de Chuck Berry, a única canção de ‘rock and roll’ na lista.

O músico foi também responsável, entre outros sucessos, por “Sweet Little Sixteen” e “Roll Over Beethoven”.

Em palco criou uma maneira de andar que músicos como Angus Young, dos AC/DC, imitaram.

Sobre ele, Stevie Wonder disse ser o “único verdadeiro rei do rock and roll”. Já John Lennon defendia que se “se tivesse de dar um outro nome ao ‘rock and roll’ poder-se-ia chamar-lhe Chuck Berry”.

Num livro editado no passado, “But What If We’re Wrong?”, sobre o que vai permanecer da cultura ‘pop’ para o futuro, o crítico Chuck Klosterman nomeou Chuck Berry como a derradeira figura do rock: "A figura de Chuck Berry é a mais pura destilação daquilo que entendemos como música rock. As canções que fez são essenciais, mas secundárias em relação a quem ele foi e por que as fez. Ele é a ideia em si".

Chuck Berry, uma lenda do ‘rock and roll’, tinha anunciado em outubro, por altura do seu 90.º aniversário, que iria editar um novo álbum.

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