O contrabaixista morreu em casa, em consequência de doença prolongada.
Nascido em Lisboa, em 1970, Pedro Gonçalves é reconhecido sobretudo como um dos fundadores, uma das metades, dos Dead Combo, grupo que criou com o guitarrista Tó Trips em 2003.
O agravamento do estado de saúde de Pedro Gonçalves já tinha obrigado ao cancelamento dos concertos que a banda tinha agendados até ao final do ano, numa digressão de despedida.
Em novembro passado, José Morais confirmava à Lusa o cancelamento dos 15 concertos que estavam previstos para esse mês e para dezembro, precisamente pelo agravamento do estado de saúde do músico.
Em dezembro estava prevista passagem pelo Porto, Montemor-o-Novo, Marco Canaveses e duas datas em Setúbal. A digressão terminaria nos dias 20 e 21 de dezembro no Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa.
O guitarrista Tó Trips e o contrabaixista Pedro Gonçalves anunciaram a 1 de outubro de 2019 que os Dead Combo iriam acabar, não sem antes fazerem "um passeio pela [sua] história", numa digressão pelo país que se estenderia por 2020.
"Decidimos acabar, mas acabar em grande. Não é um final triste, há muita coisa para ser celebrada. De uma forma concreta, acabamos como começámos: os dois. Voltamos aos palcos com uma ‘tour’, num passeio pela nossa história", afirmavam em 2019.
Muitos dos concertos de despedida foram afetados pela pandemia da covid-19 e remarcados para outras datas, nomeadamente as que se realizariam em novembro e dezembro.
Os Dead Combo surgiram em 2003, com Pedro Gonçalves e Tó Trips a criarem composições instrumentais marcadas pelo rock, pelos blues, pela tradição da música portuguesa e com influências que se estendem a África e à América Latina.
Os dois músicos referiam-se ao projeto como "uma descoberta, uma grande amizade, um diálogo musical".
No virar do século, Pedro Gonçalves e Tó Trips estavam em paralelos distintos da música independente, um no jazz e outro no rock. Cruzaram-se no final de um concerto do músico Howe Gelb, em Lisboa, e pouco depois estavam a ensaiar.
Em 2003 gravaram uma música, "Paredes Ambience", para uma compilação dedicada a Carlos Paredes e perceberam que tinham afinidades. O disco de estreia, "Dead Combo - Quando a alma não é pequena", surgiria em 2006, seguindo-se outros registos como "Lusitânia Playboys", "Lisboa Mulata", "Dead Combo e as cordas da má fama" e "Odeon Hotel".
Para lá da vida dos Dead Combo, Pedro Gonçalves também foi produtor, tendo trabalhado, por exemplo, com Aldina Duarte e Mazgani, chegou a fazer parte do grupo Ladrões do Tempo, liderado pelo guitarrista Zé Pedro, atuou ainda com Ana Deus e Alexandre Soares, gravou para Rita Redshoes e Soaked Lamb, trabalhou também com Sérgio Godinho, entre outros músicos.
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