O concurso para a empreitada de requalificação da portaria conventual e loja “está a decorrer”, divulgou à agência Lusa a Direção Geral do Património Cultural (DGPC), precisando que as obras "começam durante o mês de junho e têm conclusão prevista até ao final do ano”.
A intervenção, com um valor estimado de 320 mil euros, vai possibilitar a reorganização da receção do Mosteiro de Alcobaça e retirar da igreja “um balcão destinado à venda de ingressos e posto de loja”, explicou a DGPC.
A entrada dos visitantes no monumento passará a ser feita pela antiga portaria do mosteiro, no antigo Palácio das Hospedarias, com a designação de Ala Norte.
Uma mudança que a DGPC disse corresponder "a um anseio, de há décadas, da comunidade local, da Paróquia de Alcobaça e da própria tutela do mosteiro".
A alteração do circuito de entrada de visitantes tem gerado alguma contestação, da parte de partidos políticos e entidades que alegam ir a intervenção vedar o acesso dos crentes à igreja do mosteiro, onde é celebrado culto.
Questionada pela Lusa, a DGPC afirmou que a mudança “não implica nenhuma alteração no acesso dos fiéis à igreja”, e que a alteração contribuirá até para a sua “dignificação”.
A retirada da receção e das transações comerciais do interior da igreja, aliada ao facto de a maioria dos visitantes passar a entrar pela Ala Norte, “permitirá diminuir consideravelmente o nível de ruído e movimentação que atualmente se verifica e, por conseguinte, melhorar as condições para a sua fruição cultural e experiência espiritual”, defendeu aquele organismo, numa resposta enviada à Lusa.
A DGPC garantiu ainda que “o portal principal permanecerá aberto”, quer durante a obra, quer depois, e que o acesso à igreja “em momento algum será interditado".
A única diferença, acrescentou, é que, “quem pretende visitar o monumento completo, ou seja, igreja e antigos lugares regulares, será direcionado para a nova receção, através de sinalética e com a ajuda de colaboradores do mosteiro”.
A obra contemplará também a transferência da loja, atualmente instalada no antigo Parlatório, para a Sala das Conclusões, com acesso direto para a fachada principal, onde o visitante finalizará a visita.
No entender da DGPC esta alteração não só contribuirá “para a melhoria das condições de acolhimento ao visitante” como estará “em consonância com as recomendações do ICOMOS [Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios] e da UNESCO, que classificou o mosteiro como Património da Humanidade".
“Tendo em conta que o número de entradas pagas cresceu 18,2 por cento entre 2014 e 2018, e prevendo-se que o crescimento continue, a alteração do circuito garantirá maior eficácia na gestão do fluxo de visitantes, minimizando o impacto do turismo de massas face às exigências de usufruto, conservação e segurança do Mosteiro de Alcobaça”, reforçou a DGPC.
Está igualmente a decorrer o concurso para adjudicação da conservação e restauro das fachadas oeste e norte do mosteiro, estimada em 700.000 euros, com um prazo de execução de 12 meses.
As obras integraram-se numa candidatura conjunta do Convento de Cristo, Mosteiro da Batalha e Mosteiro de Alcobaça ao Programa Operacional do Centro Portugal 2020 – Operação Património Cultural da UNESCO.
Comentários