“Aqui não está ninguém a carregar nem a descarregar. Quem ia fazer os serviços mínimos não os cumpriu. Está aqui, junto ao piquete de greve. São cerca de 40 a 50 pessoas. Está tudo tranquilo, não há qualquer problema”, garantiu à Lusa Manuel Mendes, coordenador do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), cujo porta-voz anunciou hoje que os trabalhadores não vão cumprir serviços mínimos nem a requisição civil.

O coordenador do Norte do SNMMP acrescentou que, neste terceiro dia de paralisação, estão à porta da Refinaria da Petrogal em Leça da Palmeira, concelho de Matosinhos, distrito do Porto, entre “80 a 100” motoristas em greve.

“Abordámos alguns [motoristas] de camiões mas está tudo bem. As pessoas que iam fazer os serviços mínimos estão aqui [à porta]”, notou.

Na segunda-feira, outro coordenador do SNMMP constatava que, na refinaria da Petrogal em Matosinhos, o movimento era o de “um dia normal, ou até mais”, com os serviços a funcionar “a 100%”.

O porta-voz dos motoristas de matérias perigosas afirmou hoje que, “em solidariedade com os seus colegas [que foram notificados por alegadamente não terem cumprido os serviços mínimos], ninguém vai sair hoje” para fazer qualquer serviço.

Pardal Henriques falava em Aveiras de Cima, Lisboa, notando que “ninguém vai cumprir nem serviços mínimos nem requisição civil”.

“Não vão fazer absolutamente nada”, sublinhou o também assessor jurídico SNMMP.

O ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, disse na terça-feira que 14 trabalhadores não cumpriram a requisição civil decretada pelo Governo na greve dos motoristas.

"Foi-nos comunicado [pelas empresas] o não cumprimento da requisição civil por parte de 14 trabalhadores", disse o ministro do Ambiente em conferência de imprensa de balanço do segundo dia da greve dos motoristas.

O ministro informou também que a 11 desses trabalhadores "já foi feita a devida notificação”, referindo que primeiro é feita a “notificação do incumprimento e depois é que há a notificação de estarem a cometer um crime de desobediência".

Os motoristas de matérias perigosas e de mercadorias cumprem hoje o terceiro dia de uma greve por tempo indeterminado, que levou o Governo a decretar uma requisição civil na segunda-feira à tarde, alegando incumprimento dos serviços mínimos.

Portugal está, desde sábado e até às 23:59 de 21 de agosto, em situação de crise energética, decretada pelo Governo devido a esta paralisação, o que permitiu a constituição de uma Rede de Emergência de Postos de Abastecimento (REPA), com 54 postos prioritários e 320 de acesso público.

A greve foi convocada pelo SNMMP e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), com o objetivo de reivindicar junto da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.

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