“Tivemos uma reunião ‘online’ no dia 01 e hoje vamos reunir no Ministério para discutir o pacote de medidas anunciado e esclarecer algumas dúvidas, nomeadamente devido a valores e datas”, detalhou à Lusa um porta-voz do Movimento Cívico de Agricultores, Ricardo Estrela.

Os agricultores acreditam que o Governo vai comprometer-se a resolver algumas reivindicações do setor, depois de ter dado “o primeiro passo”.

Em causa está a aprovação, em Conselho de Ministros, de uma resolução com 320 milhões de euros de apoio para o setor agrícola, destinado a atenuar o impacto da seca e da inflação dos custos de produção.

Contactado pela Lusa, na quinta-feira, o Ministério da Agricultura e da Alimentação explicou que este montante está inserido no pacote de apoio ao setor, com mais de 400 milhões de euros de dotação, que foi lançado pelo Governo na semana passada.

A restante verba refere-se aos apoios que estão dependentes de “luz verde” por parte de Bruxelas.

Para os agricultores, esta aprovação revela um reconhecimento “de todo o esforço que tem sido feito pelo setor”.

O Movimento Cívico de Agricultores, que organizou os protestos da última semana, quer ainda clarificar algumas datas anunciadas, pedindo, nomeadamente, a alteração do prazo para aceder à linha de crédito de 50 milhões de euros, parte do pacote de ajuda lançado pelo executivo, que termina na próxima semana.

Os agricultores portugueses têm vindo a sair à rua desde a semana passada, em ações organizadas pelo movimento que se afirma espontâneo.

Estes protestos condicionaram centenas de vias de norte a sul, com tratores parados ou em marcha lenta.

O Governo anunciou um pacote de apoio, com mais de 400 milhões de euros de dotação, destinado a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), que não travou as manifestações.

Os agricultores, que reclamam a flexibilização da PAC – Política Agrícola Comum, condições justas de trabalho e de concorrência, direito à alimentação adequada e a valorização da atividade, decidiram manter os protestos agendados, justificando que os apoios são “uma mão cheia de nada”, tendo em conta que não são definidos prazos ou formas de pagamento.

Desde então, a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, tem vindo a reunir-se com associações e confederações representativas do setor.

A reunião de hoje ficou marcada para as 14h30.