Segundo a plataforma de recolha de fundos para esta greve cirúrgica, desde o dia 15 deste mês e até hoje a meio da tarde tinham sido já angariados 100.800 euros, quando o objetivo é alcançar os 300 mil euros até 5 de novembro.
Trata-se de uma espécie de “fundo solidário” para poder ajudar os profissionais que decidam aderir a este protesto e que ficarão assim sem salário durante o período que durar a greve, que é para já indeterminado.
Na semana passada, aquando da manifestação nacional de enfermeiros em Lisboa, a bastonária Ana Rita Cavaco tinha dado conta publicamente de que há um grupo de enfermeiros a projetar uma greve prolongada em três blocos operatórios: Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, São João, no Porto, e Santa Maria, em Lisboa.
Para que uma greve cirúrgica avance, será sempre necessária a convocação por parte de um sindicato. Na manifestação da semana passada, pelo menos dois sindicatos indicaram que pretendem apoiar e convocar esta paralisação: o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) e a Associação Sindical Portuguesa de Enfermeiros (ASPE).
Com esta greve, e segundo a página na Internet criada para angariar fundos, os enfermeiros acreditam que serão “canceladas e adiadas muitas cirurgias, causando constrangimentos económicos ao Estado”.
Este modelo de paralisação nasce porque este grupo de profissionais entende que “as formas de luta até hoje adotadas, sendo válidas, não lograram alcançar legítimas pretensões” dos profissionais.
O grupo promotor da iniciativa recorda que os enfermeiros “não têm carreira digna”, não progridem “há mais de 13 anos” e têm vencimentos baixos para licenciados.
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