A questão está relacionada com a recente deliberação desta autarquia do distrito de Castelo Branco para a abertura de procedimento com vista à realização de hasta pública para um loteamento de terrenos localizados na zona envolvente do Data Center da Altice.
Em comunicado enviado à agência Lusa, o movimento independente, que nas últimas eleições autárquicas elegeu Carlos Pinto como vereador, veio criticar essa decisão e garantiu que está em causa "um atentado ao futuro daquela estrutura" e uma operação que apenas tem como objetivo a "realização de recursos financeiros para ocorrer a dificuldades de tesouraria".
"A operação é lesiva dos superiores interesses do município quanto à distribuição de uma área destinada a empresas e emprego, mas ela própria foi desenhada com detalhes que ferem o património municipal, já que os terrenos estão avaliados para efeitos tributários em 6.187,440 mil euros e vão ser postos em hasta pública com uma base de licitação de cerca de dois", é referido.
Questionando o que "se esconde nesta operação e com estes valores", o movimento independente garante que tudo fará para impedir "um crime municipal, que compromete o futuro do concelho e da região e até da segurança em parâmetros internacionais e futuro do investimento da Altice".
"O Movimento de Novo Covilhã irá dar contas na próxima semana destes factos às autoridades de natureza inspetiva (Inspeção Geral de Finanças e Tribunal de Contas) e também ao Ministério Público, pedindo a sua imediata intervenção", consta da nota de imprensa, que também alerta os eventuais compradores sobre o "brutal imbróglio jurídico/legal" que podem estar a adquirir.
Contactada pela Lusa, a Câmara da Covilhã, que é liderada pelo socialista Vítor Pereira, respondeu em comunicado e sublinhou que está em causa a criação de uma "narrativa".
"Suposições, alegações e palpites não são factos, por muito que quem os divulgue os tente vender como verdadeiro", aponta o município.
Depois de sublinhar que, se tivesse estado presente, o vereador Carlos Pinto poderia ter pedido esclarecimentos sobre a matéria na sessão em que esta foi discutida, a autarquia garante que o está em causa não é a venda de todos os terrenos adjacentes ao Data Centre, mas apenas um lote.
"Continuam a estar disponíveis 121.000 metros quadrados para comércio, serviços de habitação e indústria compatível com a habitação", é referido.
A nota aponta ainda que o projeto da Altice não está a ser colocado em causa, até porque a expansão está "assegurada nos terrenos que a empresa já detém".
Por outro lado, a autarquia também deixa uma série de questões sobre as reais intenções da comunicação do movimento independente: "Será que a real intenção desta comunicação é gerar a dúvida e afastar potenciais investidores no concelho? Não bastou já o erro da destruição do aeródromo e a penosa herança financeira? Quando inventa um 'brutal imbróglio jurídico/legal' associado a esta operação urbanística, refere-se ao único que é do conhecimento público e que diz respeito à sua própria casa? Ou tem como objetivo pessoal continuar sem vizinhança?".
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