Em declarações à Lusa, Joana Lima, do MDM, disse que a finalidade do jogo é “dar ferramentas de treino às crianças e jovens para depois, na sua vida, poderem lidar com situações reais”.
“É um jogo baseado em princípios não moralistas e não limitadores. A personagem que é criada é completamente costumizada. Eu crio uma personagem que me representa a mim e o meu ou a minha namorada”, adiantou Joana Lima.
O jogo permite que os utilizadores vivam uma “história de namoro”, onde lhes são colocadas situações sobre as quais terão de tomar decisões comportamentais para prosseguir.
As decisões conduzem a diferentes caminhos de relação e ocorrem em diferentes espaços (a casa, o café, a escola, a praia) e o jogo está desenvolvido para que o jogador vá tomando consciência do resultado das suas decisões.
Na ocasião, a Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, considerou que estas ferramentas são “fundamentais, porque falam e são o meio que hoje os jovens utilizam, e tem essencialmente uma abordagem que não é conservadora, nem moralizadora”.
“Temos de ser inteligentes e falar a linguagem, usar o meio, usar os códigos que eles utilizam. Acho que aqui está a chave do sucesso. A minha expectativa relativamente a estes instrumentos é imensa”, disse a governante, apelando a uma "grande difusão" destas ferramentas, levando-as ao conhecimento de todos os agentes educativos do país.
O jogo, denominado “UNLOVE”, pode ser descarregado gratuitamente para os sistemas Android e iOS e pode ser usado num computador ou no ‘smartphone’.
O jogo, destinado a crianças e jovens dos 12 aos 18 anos, foi desenvolvido ao longo de 18 meses, com a realização de várias atividades em escolas secundárias do distrito de Aveiro e na UA, abrangendo mais de duas mil pessoas.
O primeiro protótipo do jogo surgiu no âmbito de um trabalho desenvolvido por alunos da UA no ano letivo 2013/2014. Cinco anos volvidos, o MDM partilhou com a comunidade a versão final do jogo, que contou com o financiamento da Secretaria de Estado da Cidadania e Igualdade.
Além do videojogo, em simultâneo foi lançado o guião UNPOP, um ‘kit’ pedagógico para ensinar a utilizar, em contexto educativo, videoclipes que os jovens consomem quotidianamente em elevadas quantidades, e onde estão presentes estereótipos de género, a banalização da erotização e sexualidade, preconceitos e mitos sobre modelos de relação, que podem estar associados ou possam ser geradores de discriminações e de violências”.
Neste momento, o MDM já tem várias solicitações para apresentar os dois produtos em escolas e outras organizações e associações, disse Joana Lima, adiantando que a UA vai garantir a monitorização do impacto que o jogo tem nos estudantes.
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