“Há um marasmo absoluto relativamente às situações que nos preocupam, como as questões da carreira e do próprio Serviço Nacional de Saúde”, afirmou Tiago Craveiro, um dos fundadores do Movimento Nacional de Enfermeiros e um dos coordenadores nacionais da manifestação.
O responsável sublinhou que as promessas feitas pelo Governo aquando das greves marcadas para outubro de 2017 “não foram cumpridas” e os enfermeiros continuam “sem terem uma carreira e a não serem reconhecidos”.
A manifestação foi convocada “por pessoas sem qualquer ligação sindical ou partidária e vai ser uma lição de democracia para o país”, frisou Tiago Craveiro, referindo que a concentração tem o apoio da Ordem dos Enfermeiros, da Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE), da Federação Nacional dos Sindicatos de Enfermagem (FENSE) e do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (SINDEPOR), estando ainda à espera da resposta do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
De acordo com Tiago Craveiro, “ainda não está completamente decidido” se a concentração se fica pela residência oficial do Presidente da República, ou se será feito o percurso até à residência oficial do primeiro-ministro.
“Em 2009, vimos a nossa carreira destruída e foi feita uma carreira que nunca foi implementada”, referiu, salientando que a promessa da tutela de realizar uma negociação “séria com datas para implementação de uma nova carreira” não se verifica.
Tiago Craveiro adiantou que para além da carreira, há também a questão das progressões, sublinhando que há casos de enfermeiros com 21 anos de carreira “que ganham exatamente o mesmo que um enfermeiro que começou há um dia”.
A somar a esta e a outras reivindicações está “o subfinanciamento do SNS [Serviço Nacional de Saúde] por parte de vários governos”.
“Há um desinvestimento a nível de recursos humanos, materiais e infraestruturas. Está a transformar-se o SNS, que deveria ser um pilar da democracia portuguesa, num SNS para pobrezinhos. Vê-se cada vez mais a proliferação dos seguros de saúde e a entrega da saúde dos portugueses aos privados. Queremos inverter isso”, vincou.
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