Enquanto o Conselho de Ministro se reúne hoje para aprovar um novo pacote legislativo sobre habitação com medidas que visam estimular o mercado de arrendamento, assim como a agilização e incentivos à construção, o movimento "Vida Justa" vai concentrar-se junto ao local da reunião em protesto contra as políticas para a Habitação, acusando o governo de "apenas fingir que está a fazer algo".
O movimento foi criado em janeiro, na sequência de um manifesto com cerca de 200 assinaturas subscrito por “moradores dos bairros, pessoas dos movimentos sociais e outros cidadãos”, de vários setores da sociedade, que exige a “defesa dos bairros e da dignidade de vida dos que trabalham e que criam a riqueza do país”. Músicos e artistas como Dino d'Santiago, Chullage e Ana Sofia Martins subscreveram o manifesto, juntando-se a outros nomes como o historiador Manuel Loff, João Rodrigues e Tiago Mota Saraiva.
Entre outras medidas, o movimento defende a descida do preço dos arrendamentos especulativos, a aposta num programa de construção pública e cooperativa, a aprovação de medidas de mitigação do aumento dos juros dos empréstimos das casas e a adoção de medidas para que “as cerca de 730 mil casas devolutas em Portugal possam ser usadas para habitação”.
"As pessoas são vítimas de uma sociedade que acha normal pagar mal a quem trabalha. Todos os dias os preços sobem, os despejos de casas aumentam e os salários dão para menos dias do mês. As pessoas estão a escolher se vão aquecer as suas casas ou comer. Não pode ser sempre o povo a pagar tudo, enquanto os mais ricos conseguem ainda ficar mais ricos", reclama o manifesto do "Vida Justa" que promete um grande protesto para o dia 25 de fevereiro em Lisboa.
*com Lusa
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