A mulher de João Rendeiro, em prisão domiciliária, soube da morte do marido pela televisão e passados seis dias não foi até agora contactada por qualquer autoridade, nacional ou estrangeira, sobre o sucedido: falecimento, autópsia ou trasladação.

A única informação que recebeu até ao momento partiu de um sobrinho, filho do irmão, que vive em Barcelona, e que terá sido contactado pela advogada June Marks para comunicar a morte do ex-banqueiro. No entanto esta chamada não chegou a ser atendida.

Maria de Jesus Rendeiro tem vindo a tomar conhecimento dos diversos procedimentos através da imprensa, já que nem Ministério Público, nem Polícia Judiciária, nem Ministério dos Negócios Estrangeiros (ou rede consular), de Portugal ou da África do Sul, a contactaram para a colocar ao corrente da situação e até esclarecer o que fazer com o corpo, por exemplo.

A advogada de João Rendeiro na África do Sul, June Marks, disse ao SAPO24 que tem na sua posse os pertences do ex-banqueiro e que aguarda instruções da família.

Quanto ao corpo, identificado pelo cônsul-honorário português em Durban, Elias de Sousa, no último sábado, continua na morgue de Pinetown a aguardar ser levantado pelas autoridades portuguesas, já depois da autópsia realizada hoje.

Fonte dos serviços forenses sul-africanos disse à Lusa que o corpo está pronto para ser recolhido, mas que a morgue não foi ainda contactada pela Embaixada de Portugal, para depois serem organizados os serviços de trasladação.

A rede consular e diplomática de Portugal na África do Sul terá sido instruída pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros para não prestar declarações à imprensa sobre as diligências em curso e, ainda de acordo com a Lusa, o resultado da autópsia será entregue apenas à família.

Na quarta-feira passada, dia 11 de maio, o tribunal prolongou a medida de coação de prisão domiciliária com pulseira eletrónica à mulher de João Rendeiro, acusada do crime de descaminho de obras de arte, de que era fiel depositária.