Grace Meng promoveu uma conferência de imprensa num hotel de Lyon, em França, onde se encontra a sede da organização internacional de polícia, para explicar que recebeu duas inquietantes mensagens ‘sms’ do seu marido em 25 de setembro, e desde então não tem notícias suas.

Na primeira mensagem, Meng pedia que “aguardasse a sua chamada”, e mais tarde chegou outro ‘sms’ com um ‘emoticon’ que representa uma situação de perigo, segundo o diário local Le Progrès.

A mulher leu uma declaração em chinês e inglês onde também exorta a comunidade internacional a intervir no caso, para que seja desvendado o que aconteceu ao seu marido.

O secretário-geral da Interpol, o alemão Jürgen Stock, pediu ontem à China que clarifique o paradeiro de Meng, que desapareceu pouco após chegar ao seu país.

Stock aguarda “uma resposta oficial das autoridades chinesas” que esclareça as preocupações que suscitou o desaparecimento de Meng, que segundo a imprensa do seu país estaria detido e sob investigação.

A procuradoria de Lyon abriu na sexta-feira uma investigação sobre o desaparecimento de Meng, que segundo diversos media de Hong Konh estaria a ser investigado como antigo responsável do governo chinês e poderá ter sido vítima de uma purga interna do regime.

De momento, os agentes franceses conseguiram determinar que Meng, 64 anos, viajou num avião em direção à China e a partir daí foi perdida a pista do alto funcionário.

Meng era secretário-adjunto da Segurança do seu país quando foi eleito presidente da Interpol em novembro de 2016 e por um período de quatro anos, em substituição da francesa Mireille Ballestrazzi.

Apesar de ser um cargo essencialmente honorífico, a sua designação foi muito criticada por organizações de defesa dos direitos humanos.