Mikhail Gorbachev, o último líder da União Soviética que desempenhou um papel importante no fim da Guerra Fria, morreu em Moscovo na terça-feira, aos 91 anos.

Muitos dos líderes mundiais foram rápidos em prestar homenagem ao homem que supervisionou o colapso da ex-URSS, um ponto de viragem crucial na história mundial.

- Rússia -

O presidente russo, Vladimir Putin, expressou as suas "profundas condolências" pela morte de Gorbachev, revelou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, às agências de notícias russas.

Peskov acrescentou que Putin, um ex-agente da KGB que teve um relacionamento ambíguo com Gorbachev, enviará um telegrama de condolências à família e amigos do falecido líder na manhã desta quarta-feira.

- Estados Unidos -

Em comunicado, Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, escreveu que Gorbachev era um líder raro, com a imaginação de vislumbrar a possibilidade de um futuro diferente e coragem de arriscar toda a sua carreira para o conseguir.

“O resultado foi um mundo mais seguro e mais liberdade para milhões de pessoas”, lembrou.

Biden recordou a conversa com o ex-líder soviético durante a sua visita à Casa Branca em 2009, quando era vice-Presidente, na qual discutiram os esforços dos EUA e da Rússia para reduzir os arsenais nucleares.

- Portugal -

O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, recordou Mikhail Gorbachev, que morreu hoje aos 91 anos, como uma figura essencial para o fim da Guerra Fria e para a transição democrática no leste da Europa.

“Na hora da sua morte, homenageio Mikhail Gorbachev. Ele foi essencial para o fim da Guerra Fria e para a transição democrática no leste da Europa”, sublinhou Augusto Santos Silva, através da rede social Twitter.

- Alemanha -

"A Alemanha continua a agradecer-lhe pela sua contribuição decisiva para a unidade alemã, em respeito pela sua coragem de abrir o caminho para a democracia e construir pontes entre o Oriente e o Ocidente, e em memória da sua grande visão de um lar europeu pacífico", disse o presidente alemão Frank-Walter Steinmeier.

"Hoje esse sonho está em ruínas, destruído pelo ataque brutal da Rússia à Ucrânia."

- Nações Unidas -

"Um estadista único que mudou o curso da história" e "fez mais do que qualquer outro indivíduo para trazer o fim pacífico da Guerra Fria", disse António Guterres em comunicado.

- União Europeia -

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, saudou Gorbachev como um "líder confiável e respeitado" que "abriu o caminho para uma Europa livre".

O seu "papel crucial" em derrubar a Cortina de Ferro e acabar com a Guerra Fria deixou um legado "que não esqueceremos", escreveu no Twitter.

- Reino Unido -

O primeiro-ministro Boris Johnson disse que "sempre admirou a coragem e a integridade" que Gorbachev demonstrou para levar a Guerra Fria a uma conclusão pacífica.

"Num momento de agressão de Putin à Ucrânia, o seu incansável compromisso com a abertura da sociedade soviética continua sendo um exemplo para todos nós", escreveu num post no Twitter.

- França -

O presidente Emmanuel Macron descreveu Gorbachev como um "homem da paz", salientando que "abriu um caminho de liberdade para os russos. O seu compromisso com a paz na Europa mudou a nossa história compartilhada".

- Israel -

"Mikhail Gorbachev foi uma das figuras mais extraordinárias do século 20", disse o presidente Isaac Herzog.

"Ele era um líder corajoso e visionário, que moldou o nosso mundo de maneiras anteriormente consideradas inimagináveis".

- Noruega -

"Após a morte de Mikhail Gorbachev, lembramos um líder corajoso que deixou a sua marca na história ao escolher reformas em vez de opressão e dar uma importante contribuição para um fim pacífico da guerra fria", escreveu o primeiro-ministro Jonas Gahr Store no Twitter.

- Suécia -

"Em 1985, Mikhail Gorbachev falou no Festival Mundial da Juventude, dezenas e milhares de jovens, inclusive eu, ouviram outro tom, uma esperança de outro futuro longe da repressão e da Guerra Fria", escreveu a ministra das Relações Exteriores Ann Linde no Twitter.

"Ele fez a diferença. Tão imensamente triste que o atual líder esteja a seguir o caminho oposto."