De acordo com a ministra da Cultura, Graça Fonseca, este projeto enquadra-se nas políticas públicas em curso para melhorar a gestão e eficácia do funcionamento de museus, palácios e monumentos através de infraestruturas tecnológicas.
A conclusão deste projeto foi anunciado à agência Lusa, a propósito do relatório preliminar do Grupo de Projeto Museus no Futuro (GPMF), que será entregue ao Conselho Geral dos Museus para análise e discussão na segunda-feira, numa reunião, às 15:00, no Palácio da Ajuda, em Lisboa.
O GPMF foi criado em 2019 no âmbito do novo regime jurídico de autonomia de gestão dos museus, e recebeu como missão refletir e apresentar recomendações para medidas de políticas públicas para curto, médio e longo prazo.
Algumas propostas incluídas no relatório preliminar incidem na área da transformação digital, “bastante central, numa dupla perspetiva”, segundo a ministra da Cultura.
“Uma delas é a tecnologia a integrar nos museus, enquanto instituições, para melhorar as suas práticas de trabalho ao nível do funcionamento, da gestão de coleções, outra é a própria relação com o público em geral e os visitantes”, indicou à Lusa.
O projeto de bilhética está a ser desenvolvido desde abril deste ano, e é um sistema de gestão integrada 'online', que “deverá facilitar muito o acesso do público aos museus e melhorar a sua gestão”.
Acedendo a esta plataforma digital, uma família em qualquer ponto do mundo poderá obter informação e planear visitas a museus e monumentos em Portugal, comprando antecipadamente os seus bilhetes, como já acontece noutros países.
Na mesma área tecnológica, Graça Fonseca indicou que está em curso um outro projeto – o Sistema de Informação do Património Cultural – que permitirá uma gestão integrada das coleções, e que está a ser desenvolvido em parceria com diversas instituições especializadas.
Ainda sobre as recomendações inscritas no relatório preliminar do GPMF, a ministra assinalou que foi dado particular destaque à área de públicos e de mediação, nomeadamente no caso dos grupos com necessidades especiais.
Nesta linha, a ministra recordou que foi criado em fevereiro – em conjunto com o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social - um grupo de trabalho dedicado à área da acessibilidade e da inclusão para desenvolver boas práticas em museus e monumentos.
O grupo de projeto “sublinha no relatório que é muito importante trabalhar nestas políticas de inclusão e acessibilidade”, apontou.
O documento do GPMF será apresentado ao Conselho Geral de Museus - onde têm assento todos os diretores –, na segunda-feira, para recolha de contributos, e deverá entrar nesse mesmo dia em consulta pública, até 24 de julho.
De acordo com a ministra da Cultura, o relatório final deverá estar concluído no final do verão, e ser apresentado em outubro.
Questionada sobre a futura aplicação das recomendações quando o relatório for finalizado, Graça Fonseca disse que a ideia é “transformar as várias propostas em medidas de política pública”.
“As propostas vão contribuir para uma visão estratégica integrada que já será concretizada com os novos diretores em funções”, após os resultados dos concursos internacionais já abertos.
Para a criação deste relatório foram auscultadas organizações profissionais, especialistas nacionais e internacionais, e realizaram-se reuniões entidades como a Associação Portuguesa de Museologia (APOM), Conselho Internacional de Museus (ICOM-Portugal) e Acesso Cultura, entre outras entidades.
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