Milhares de professores (bem como pessoal não docente e alunos) juntaram-se este sábado em Lisboa, numa "marcha pela escola pública" convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP).

Os manifestantes, em defesa da escola pública e que pedem a demissão do ministro da Educação, João Costa, concentraram-se na praça do Marquês de Pombal e iniciaram cerca das 15:15 uma marcha para a Praça do Comércio.

A parte da frente da manifestação chegou aos Restauradores, após percorrer a Avenida da Liberdade, depois das 16:15, mas na altura ainda estavam a sair manifestantes do Marquês de Pombal. No total, o desfile durou quase cinco horas.

Durante o percurso foram entoadas palavras de ordem como “ministro, escuta, a escola está em luta” e agitados lenços brancos, enquanto se gritava a frase “está na hora de o ministro ir embora”.

O que leva a estas greves e manifestações?

Esta é a segunda manifestação de professores na capital no período de um mês, depois de uma realizada em 17 de dezembro, que juntou mais de 20 mil docentes, segundo as estimativas do sindicato.

A marcha realiza-se num momento de grande contestação para estes profissionais, que estão em greve desde 9 de dezembro, numa paralisação convocada pelo STOP que se deverá prolongar, pelo menos, até ao final de janeiro e foi alargada aos trabalhadores não docentes.

Além de reivindicações antigas relacionadas com a carreira docente, condições de trabalho e salariais, os protestos foram motivados por algumas das propostas do Governo para a revisão do modelo de recrutamento e colocação de professores, que está a ser negociada com os sindicatos desde setembro.

Em particular, contestam a possibilidade de incluir outros critérios de seleção, além da graduação profissional, ou de os professores passarem a ser contratados por entidades locais ou pelos próprios diretores. O Ministério da Educação já desmentiu, no entanto, essa informação.

Quantos manifestantes estiveram em Lisboa?

O coordenador nacional do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP), André Pestana, referiu que a manifestação juntou mais de 100 mil pessoas, oriundas de vários pontos do país.

Por outro lado, a polícia apontava para a presença de mais de 20 mil pessoas.

O que aconteceu com os autocarros que levaram os professores até Lisboa? 

Durante a marcha do protesto que decorreu esta tarde no centro da capital, André Pestana declarou, enquanto falava com um megafone, que “mais de 100 autocarros com professores” que se dirigiam para a manifestação de hoje em Lisboa foram “revistados” pelas autoridades — e que essa revista impediu muitas pessoas de participar no protesto.

A intervenção foi feita já depois de terem surgido nas redes sociais publicações que davam conta destas operações direcionadas e que motivaram desmentidos das forças de segurança.

Em comunicado, a GNR refere que “executou durante toda a manhã a sua atividade diária no âmbito da fiscalização rodoviária e poderão ter sido aleatoriamente fiscalizados veículos pesados de passageiros, tais como vários outros veículos”.

A Guarda Nacional Republicana salientou, contudo, que “não correspondem à verdade as alegações de que estas operações visam as deslocações de professores e que é pretensão dificultar este movimento, atendendo a que as fiscalizações são completamente aleatórias”.

Também a PSP, numa nota enviada à Lusa, desmentiu ter “fiscalizado os veículos em que os manifestantes se fizeram transportar”.

O que foi dito no final da manifestação? 

Perante uma Praça do Comércio cheia, André Pestana disse que os cordões humanos e os protestos nas escolas vão continuar e que os professores vão concentrar-se junto do Ministério da Educação, aquando das reuniões com os sindicatos, na próxima semana.

O sindicalista pediu também a demissão do ministro da Educação, João Costa, sublinhando que o governante “faz parte do problema e não da solução”.

Num discurso de cerca de uma hora, André Pestana deixou muitas críticas ao Governo, mas também aos restantes sindicatos do setor, e pediu um aumento de 120 euros para todos os profissionais da educação.

*Com Lusa

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