"Atendendo às notícias veiculadas nos Órgãos de Comunicação Social, na manhã de hoje, sobre as operações direcionadas aos autocarros que transportam os professores que seguem em direção a Lisboa, cumpre informar que a Guarda Nacional Republicana executou durante toda a manhã a sua atividade diária no âmbito da fiscalização rodoviária, e poderão ter sido aleatoriamente fiscalizados veículos pesados de passageiros, tais como vários outros veículos", informa a GNR em comunicado enviado às redações.

Assim, a força policial frisa que "não corresponde à verdade as alegações [de] que estas operações visam as deslocações de professores e que é pretensão dificultar este movimento, atendendo a que as fiscalizações são completamente aleatórias".

"Como habitualmente, a fiscalização rodoviária nacional diária da Guarda tem em curso várias operações em todo o território nacional, ao longo dos principais itinerários e secundários, com vista a assegurar um ambiente rodoviário mais seguro", aponta ainda a GNR.

Também a PSP, numa nota enviada à Lusa, desmentiu ter “fiscalizado os veículos em que os manifestantes se fizeram transportar”.

Avançou a SIC este sábado, 14 de janeiro, que foram vários os professores a usar as redes sociais para denunciar operações policiais que visaram autocarros a caminho de Lisboa, onde está a ter lugar esta tarde um protesto que reune milhares de docentes.

Segundo a televisão, cerca de 500 professores saíram do Porto divididos em dez autocarros; outras centenas embarcaram em Coimbra em seis autocarros, e do Algarve partiram cerca de mil docentes a caminho da capital.

Sindicato diz que autocarros com professores foram revistados

O sindicato STOP diz que “mais de 100 autocarros com professores” que se dirigiam para a manifestação de hoje em Lisboa foram “revistados” pelas autoridades.

Durante a marcha do protesto que decorre esta tarde no centro da capital, o coordenador nacional do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP), André Pestana, declarou, enquanto falava com um megafone, que a revista dos autocarros tem impedido muitas pessoas de participar no protesto.

André Pestana apelou para que os professores a bordo dessas viaturas identifiquem os agentes que estão a realizar as operações e tirem fotografias.

Milhares de professores em manifestação

Mais de 20 mil pessoas, segundo números da polícia, iniciaram pouco depois das 15:00 de hoje uma marcha da Praça do Marquês de Pombal para a Praça do Comércio, em Lisboa, em defesa da escola pública.

A estimativa de participação na manifestação, convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP), foi indicada à Lusa pela oficial responsável pelo policiamento da iniciativa.

Depois de se concentrarem no Marquês de Pombal, os manifestantes iniciaram pelas 15:15 a marcha, com um grupo de bombos à frente e um cartaz transportado pelos professores no qual se lê “a lutar também estamos a ensinar”.

“Ministro, escuta, a escola está em luta”, “não à municipalização” e “unidos pela educação” são algumas das palavras de ordem dos professores.

Paulo Brasil, professor de inglês há mais de 30 anos em Setúbal, disse à Lusa que o descontentamento “é cada vez maior”, lamentando que “as atuais condições de trabalho não façam uma escola pública de qualidade”.

“Não se consegue chegar às necessidades de todos os alunos”, disse.

A manifestação de hoje é a segunda em menos de um mês convocada pelo STOP, em defesa da escola pública e contra as propostas de alteração aos concursos.

(Notícia atualizada às 17h07)

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