Segundo a agência de notícias EFE, a Missão Integrada de Assistência à Transição da ONU no Sudão (UNITAMS) disse estar “indignada com a detenção da ativista dos direitos da mulher Amira Ozman ontem [sábado] à noite”, numa mensagem publicada nas suas redes sociais.

“A detenção e o padrão de violência contra as ativistas dos direitos das mulheres ameaça seriamente reduzir a sua participação política no Sudão, e apelamos à sua libertação”, acrescentou o organismo internacional.

Ozman é presidente da iniciativa “La Lqhr Alnsa” (Não à Opressão das Mulheres), que também denunciou nas suas redes sociais a prisão da ativista durante uma rusga das forças de segurança à meia-noite de sábado na sua casa, num subúrbio de Cartum.

“As tropas levaram-na para um local desconhecido e aterrorizaram a sua família”, acusa a organização, avisando que, como resultado de complicações de um acidente recente, Ozman precisa de tomar medicação e de acompanhamento médico contínuo.

A participação das mulheres nas instituições do poder e no processo de transição democrática iniciado no Sudão em 2019, após a queda do ditador Omar al-Bashir, tem sido, juntamente com a dos jovens, um dos compromissos dos atores neste processo e uma exigência recorrente da comunidade internacional.

A ONU advertiu anteriormente as autoridades militares que controlam o poder no Sudão desde o golpe de Estado de outubro sobre a violência contra as mulheres, como quando há um mês apelou a uma investigação sobre as alegadas violações de 13 mulheres e raparigas durante um dia de protestos contra o golpe.