A condenação ocorre num dia em que separatistas arménios de Nagorno-Karabakh e forças do exército do Azerbaijão intensificaram os bombardeamentos, visando em particular a capital pró-independência e a segunda cidade do Azerbaijão, no oitavo dia de combates.

Azeris e arménios, que sistematicamente negam os sucessos militares anunciados pelo adversário, também se acusam de alvejar civis.

“O CICV condena veementemente os bombardeamentos indiscriminados e outros supostos ataques ilegais realizados com armas explosivas em cidades e outras áreas povoadas, matando civis e causando-lhes ferimentos terríveis”, disse, em comunicado citado pela AFP, Martin Schüepp, diretor regional do CICV para a Eurásia em Genebra.

Por sua vez, o Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, exigiu hoje a retirada das forças arménias de Nagorno-Karabakh, exigindo um pedido de desculpas a Erevan.

“Tenho apenas uma condição” para um cessar-fogo, disse Aliev num discurso transmitido pela televisão à nação.

“As forças armadas [arménias] devem deixar os nossos territórios”, disse, pedindo que o primeiro-ministro arménio Nikol Pachinian “peça desculpas ao povo azeri”.

A Arménia atacou vários alvos civis na manhã de hoje, incluindo as cidades de Tartar, Horadiz e Ganja, a segunda mais importante do Azerbaijão, denunciou o Governo do Azerbaijão.

“A Arménia lançou foguetes sobre Ganja. As forças armadas arménias atacam deliberadamente as cidades de Tartae e Horadiz com artilharia pesada e sistemas de foguetes. Também houve ataques de foguetes em cidades nas regiões de Fuzuli e Jabrail”, disse o conselheiro da Presidência do Azerbaijão, Hikmet Hajiyev.

De acordo com o alto funcionário do Azerbaijão, “vários civis foram mortos ou ficaram feridos como resultado desses ataques”.

No centro das deterioradas relações entre Erevan e Baku encontra-se a região do Nagorno-Karabakh, no Cáucaso do Sul onde há interesses divergentes de diversas potências, em particular da Turquia, da Rússia, do Irão e de países ocidentais.

Este território, de maioria arménia, integrado em 1921 no Azerbaijão pelas autoridades soviéticas, proclamou unilateralmente a independência em 1991, com o apoio da Arménia.

Na sequência da uma guerra que provocou 30.000 mortos e centenas de milhares de refugiados, foi assinado um cessar-fogo em 1994 e aceite a mediação do Grupo de Minsk, constituído no seio da OSCE, mas as escaramuças armadas permaneceram frequentes.

Em julho deste ano, os dois países envolveram-se em confrontos a uma escala mais reduzida que provocaram cerca de 20 mortos. Os combates recentes mais significativos remontam abril de 2016, com um balanço de 110 mortos.