“A vida de dois milhões de pessoas foi virada do avesso, mesmo de um dia para o outro. A maioria perdeu o que há de mais precioso: os entes queridos. Falta tudo, exceto corações de luto”, sublinhou numa mensagem publicada na rede social X.
Lazzarini Philippe destacou o “elevado número de crianças mortas, trabalhadores humanitários, jornalistas e profissionais de saúde” em “ataques sem paralelo”, com “destruição de hospitais e edifícios da ONU em flagrante desrespeito pelo direito internacional humanitário”.
“Todas as linhas foram ultrapassadas, incluindo as linhas vermelhas. Esta guerra foi agravada pelas tecnologias utilizadas pelos seres humanos para ferir outros seres humanos, em massa”, afirmou.
Lazzarini também denunciou “a fome nascida do bloqueio imposto por Israel que parece ser de outra época”.
“A fome causada pelos seres humanos está a comer os corpos de bebés e crianças pequenas”, disse.
Quanto à UNRWA, acrescentou Lazzarini, “a maior organização humanitária” ativa em Gaza, “os ataques continuam a desmantelá-la e a negar o estatuto de refugiado a milhões de palestinianos”.
O chefe da UNRWA apelou a um cessar-fogo imediato, à libertação dos reféns e à abertura de mais passagens para a entrada de ajuda humanitária no enclave palestiniano.
Por sua vez, o Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) centrou-se no “stress inimaginável” sofrido pelas cerca de 155.000 mulheres grávidas e mães recentes na Faixa de Gaza, na sequência do desmantelamento total do sistema de cuidados à gravidez e pós-parto.
“Enfrentam o medo de morrer não só devido aos bombardeamentos, mas também devido a complicações da gravidez ou do parto, após o colapso absoluto dos serviços de maternidade que salvam vidas. Agora, seis meses após o início da guerra, enfrentam também a fome”, lamentou.
O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023.
Desde então, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que provocou mais de 33.000 mortos, segundo o Hamas, que governa o pequeno enclave palestiniano desde 2007.
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