O diretor da missão, Mike Sarafin, disse em conferência de imprensa que será possível o lançamento na sexta-feira – segunda data que tinha sido admitida anteriormente pela NASA caso a descolagem fosse hoje abortada – desde que os problemas técnicos se resolvam na plataforma de lançamento nas próximas 48 a 72 horas.

Justificando o cancelamento do voo de teste do SLS, sem tripulação e que tem acoplada no topo a nave Orion, que há de orbitar a Lua, a NASA refere, em comunicado, que um dos quatro motores do módulo central do engenho não atingiu a temperatura adequada para a descolagem.

Mike Sarafin adiantou que a equipa técnica irá reunir-se na terça-feira e analisar os dados para perceber o que falhou, fazer correções e “decidir o que é melhor”. “É preciso mais tempo”, afirmou Sarafin, em declarações aos jornalistas transmitidas pela NASA TV, afastando, no entanto, o cenário de substituição do motor.

“Estamos a fazer o que não se fazia há 50 anos, com nova tecnologia, novas equipas”, enfatizou, assinalando que o novo foguetão coloca “enormes desafios técnicos”.

A concretizar-se, o lançamento do SLS, sucessivamente adiado ao longo dos anos, marca o início do programa lunar Artemis, com que os Estados Unidos pretendem regressar à superfície da Lua em 2025, um ano depois do previsto, colocando no solo a primeira astronauta mulher e o primeiro astronauta negro.

Antes disso, a NASA quer levar astronautas novamente para a órbita lunar em 2024.

O SLS é o foguetão mais potente da NASA desde o Saturno V, que levou astronautas norte-americanos à Lua, entre 1969 e 1972.

Além de sexta-feira, 02 de setembro, a NASA tem uma terceira data possível de lançamento, a próxima segunda-feira, 05 de setembro.

Desde 17 de agosto que o foguetão está na plataforma de lançamento, na base espacial da NASA, em Cabo Canaveral, na Florida. A viagem desde o hangar até à plataforma – um percurso de seis quilómetros – demorou cerca de 10 horas.

Tratou-se da terceira viagem do foguetão, de 98 metros de altura, até à plataforma de lançamento.

Um teste de contagem decrescente em abril foi prejudicado por uma fuga de combustível, que hoje se repetiu, e a outros problemas, obrigando a NASA a enviar o foguetão de novo ao hangar para reparação. O ensaio foi repetido em junho na plataforma com melhores resultados

Justificando as várias tentativas de lançamento, o administrador da NASA, Bill Nelson, disse na conferência de imprensa que um voo espacial “é arriscado” e que é preciso testá-lo “para o tornar o mais seguro possível”.

Enaltecendo o trabalho dos técnicos, Bill Nelson lembrou que vários problemas foram solucionados hoje, mas que há “um que necessita de mais tempo para ser resolvido”.

Com o programa lunar Artemis, a NASA espera “estabelecer missões sustentáveis” na Lua a partir de 2028 com o intuito de enviar astronautas para o planeta Marte na década de 2030.

A partida para estas missões lunares ou para Marte será feita de uma estação espacial a instalar na órbita da Lua, a Gateway.