O Centro Nacional de Reprodução em Cativeiro de Lince-Ibérico (CNRLI),do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), divulgou hoje um comunicado sobre o “orgulhoso nascimento” destas crias de uma espécie que há pouco mais de uma década estava à beira da extinção.

No dia 09 de abril, pelas 18:56, Fresa pariu a primeira das quatro crias que fez nascer em 2020, “fruto do seu emparelhamento com o macho Drago”.

Fresa é uma das fêmeas fundadoras do CNRLI e até à data pariu 20 crias, das quais 10 foram introduzidas na natureza.

No dia 10 de abril, às 04:48, Juncia iniciou o parto de três crias resultantes do seu emparelhamento com Fresco, um macho fundador do CNRLI e nascido em 2009 na mesma ninhada da fêmea Fresa.

Já Juncia, nascida em 2012, chegou ao CNRLI em 2016, tendo produzido três crias em 2017, que foram introduzidas na natureza

Em 11 de abril, pelas 04:48 — coincidindo com Juncia, mas com 24 horas de separação, Juromenha pariu duas crias, fruto do seu emparelhamento com Madagáscar.

Juromenha é a primeira fêmea nascida no CNRLI a parir dentro do “Programa de Conservação Ex Situ do Lince Ibérico” e é também uma dos dois primeiros indivíduos que foram criados artificialmente pela equipa técnica daquele organismo.

Madagásca” nasceu em 2015 em meio selvagem na população espanhola de Doñana, tendo sido integrado no Programa de Conservação Ex Situ e chegou ao CNRLI em 2016, sendo atualmente o macho geneticamente mais valioso do programa e é já pai de oito crias, sendo que “duas foram retidas por importância genética e reposição de reprodutores para o futuro e quatro reintroduzidas na natureza”.

Este ano, Madagáscar foi emparelhado com Juromenha, mas também com Era, que tem parto previsto para 18 de abril e será, a resultar, a ninhada geneticamente mais importante de 2020 no programa. O resultado do seu teste de gestação será conhecido na próxima semana.

O ano de 2019 culminou com a celebração do 10.º aniversário do CNRLI. Foi em 26 de outubro de 2009 que o CNRLI recebeu o seu primeiro lince, a Azahar, que hoje se encontra no Jardim Zoológico de Lisboa.

Durante estes 10 anos (2009-2019) nasceram 122 animais no CNRLI, dos quais 89 sobreviveram (73%) e, destes, 73 foram reintroduzidos em meio natural (no Vale do Guadiana, Mértola e Serpa — Portugal, e em Espanha, na Andaluzia, Extremadura e Castilla-La Mancha).