Segundo notícia do The Guardian, Jessica Buckman costuma verificar os ninhos de tartarugas-verdes recém-nascidas na ilha Lady Elliot, em Queensland. E, desta vez, teve uma surpresa: na segunda-feira, encontrou uma pequena tartaruga albina cor-de-rosa que estava a ter dificuldade em desenterrar-se.

"Tirei um pouco de areia [e] ele ou ela estava lá no meio. Fiquei muito chocada. Foi muito especial de testemunhar", disse Buckman ao Guardian Australia.

Buckman refere que a tartaruga não era a mais forte a eclodir, mas, depois de alguma ajuda a sair do ninho, foi capaz de fazer a caminhada crucial até à beira da água a cerca de 10 a 15 metros de distância. Um percurso que estes animais devem fazer sozinhos para estarem orientados, graças ao campo magnético da Terra. "É assim que  descobrem onde estão no mapa", explicou Buckman, que não tem esperança de voltar a vê-la.

Jim Buck, que está envolvido no trabalho de monitorização de tartarugas no recife há mais de 30 anos, estima que apenas um em cada 100 mil ovos postos resultam num albino, por isso são muito raros. Por ter visto apenas "um punhado" destes animais, Buck ficou surpreendido por encontrar um segundo no ninho. No entanto, o segundo não terá conseguido sobreviver, ficou preso na "casca". "É difícil dizer se havia outros porque não estávamos lá na altura em que os recém-nascidos eclodiram", afirmou.

Buck e Buckman trabalham na gestão de ecossistemas no Lady Elliot Island Eco Resort e desempenham papéis-chave na monitorização do sucesso dos ninhos de tartarugas-verdes e de tartarugas-comuns no local e na ilha Lady Musgrave.

O albinismo é hereditário e caracterizado por uma ausência total ou parcial de pigmentação, que resulta em espécimes brancos ou cor-de-rosa. No mundo animal, geralmente, representa uma vida muito curta porque estes animais não têm a capacidade de se camuflar. Em todos os seus anos de investigação sobre tartarugas, Buck refere que nunca tinha visto uma tartaruga albina adulta, nem sequer tinha ouvido um relato de uma ter sido avistada.

"Em geral, o número normal de crias de tartarugas-verdes que chegam à idade adulta é de uma em cada 1000. Obviamente, as albinas têm uma probabilidade muito reduzida de sobreviverem a essa fase", rematou Buckman.