Em paralelo, Erdogan confirmou que manterá no sábado um contacto telefónico com o chefe da organização militar aliada, Jens Stoltenberg.
“Não podemos aceitar que a NATO, uma organização de segurança, acolha organizações terroristas”, declarou o Presidente turco numa referência à presença de militantes curdos, na maioria exilados, em diversos países europeus.
O líder turco lamentou que a União Europeia (UE) considere o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, a guerrilha curda da Turquia), uma “organização terrorista”, mas não abranja nesta classificação as milícias curdas Unidades de Unidades de Proteção Popular (YPG), que atuam no norte da Síria.
As YPG estão integradas nas Forças Democráticas Sírias (FDS, dominadas pelos curdos), e desde o início do conflito nesta região do norte da Séria foram apoiadas por Washington e europeus no combate aos ‘jihadistas’ do Estado Islâmico, apesar de Ancara as definir como a extensão síria do PKK.
A ameaça de criação da designada Administração Autónoma do norte e leste da Síria (Rojava) junto às suas fronteiras, foi aliás o motivo essencial que implicou a intervenção militar turca no norte do país vizinho, desencadeada em 2016.
Erdogan assinalou que já explicou por diversas vezes durante encontros com dirigentes europeus, e apoiado por documentos, que as YPG são uma “organização terrorista, proveniente do PKK”.
“Em todas as regiões da Alemanha, Suécia, Finlândia ou França, as organizações terroristas fazem manifestações, realizam desfiles, sobretudo na Alemanha. Aos seus dirigentes fornecem segurança. Não os entregam a nós”, observou.
O Presidente turco, em declarações à saída da oração de sexta-feira, dia sagrado para os muçulmanos, indicou ainda que contactou esta manhã com o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, e que responsáveis britânicos e finlandeses solicitaram um contacto, previsto para sábado. “Depois, também falaremos com o secretário-geral da NATO Stoltenberg”, declarou.
“Prosseguiremos a diplomacia do telefone”, acrescentou o chefe de Estado turco, reiterando a sua hostilidade aos países que “acolhem terroristas”.
Na quinta-feira, Stoltenberg assegurou que a NATO pretendia responder às inquietações da Turquia com o objetivo de encontrar “um acordo para seguir em frente”, e o Presidente finlandês, Sauli Niinisto, manifestou disponibilidade “para discutir”, aproveitando para “condenar o terrorismo sob todas as suas formas”.
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