Na nota de imprensa, a AMN assinala que o alerta foi dado cerca das 15:30 para o “Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo (MRCC) de Lisboa, da Marinha” para um “incêndio no navio-tanque Greta K, com bandeira de Malta, que se encontrava a navegar a cerca de uma milha e meia de costa, cerca de três quilómetros, junto à praia dos Ingleses, na Foz do Douro, com 19 pessoas a bordo, todas de nacionalidade filipina”.
A Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), que tinha a bordo um piloto de barra no apoio ao navio que se dirigia para Leixões, conseguiu rapidamente colocar no local três navios-rebocadores a ajudar no combate ao incêndio. Também o Capitão do Porto do Douro e de Leixões empenhou duas embarcações da Estação Salva-vidas de Leixões, acrescenta a nota de imprensa.
“O incêndio continua ativo e 12 dos tripulantes foram resgatados por embarcações das Estações Salva-vidas de Leixões, da Póvoa de Varzim e do Comando-local da Polícia Marítima de Leixões. Os outros sete tripulantes mantiveram-se a bordo”, assinala a AMN.
O navio, que tem “a bordo gasóleo e combustível destinado a aviões (jet fuel) e não tem crude”, está a ser “rebocado para uma zona afastada de costa”, informa o comunicado.
Entretanto, a Marinha Portuguesa está a reforçar o material e as equipas de combate à poluição para a eventualidade de algum foco de poluição, enquanto o Instituto Hidrográfico, da Marinha, também se encontra a acompanhar a situação para a eventual necessidade de cálculo da deriva, em caso de foco de poluição, acrescenta o comunicado.
O comunicado não revela a existência de feridos.
Incêndio deflagrou na casa das máquinas
O investigador do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto Bordalo e Sá adiantou à Lusa que o incêndio de hoje no navio ao largo do Porto, que disse transportar combustível refinado, deflagrou na casa das máquinas.
“O incêndio deflagrou na parte de trás do barco, ou seja, na ré, onde está a casa das máquinas. Tudo indica que efetivamente o incêndio deflagrou na casa das máquinas, sem atingir os tanques de combustível”.
Segundo explicou Bordalo e Sá, antigamente os combustíveis eram produzidos na refinaria de Leixões, mas a refinaria encerrou e agora esse material tem de vir de outro lado.
Questionado pela Lusa sobre se tem conhecimento sobre se houve algum derrame para o mar, Bordalo e Sá afirmou que se tiver havido algum derrame foi “muito limitado”
“Para já, se houve derrame foi muito limitado, ainda não é visível, e, em principio, não haverá. Mas já temos aqui na zona onde estamos –na Foz do Douro (Porto) , perto da Praia dos Ingleses - o cheiro a combustível o que mostra que o navio não está completamente estanque”, disse Bordalo e Sá, acrescentando que o cheiro pode ser fruto do incêndio, porque está a arder a parte de trás do navio, a zona da casa das máquinas, que tem ligação direta aos depósitos de combustível da locomoção do navio.
Segundo explicou, o navio tem dois tipos de depósitos. Um para alimentar os seus motores e outro para o transporte dos produtos refinados.
“Seja como for, um produto refinado, se for derramado, tem consequências ambientais trágicas, mas de menor dimensão do que se for petróleo bruto”.
“O pior que podia acontecer era uma ignição secundária”, disse, explicando que ela poderia ser provocada pelo aquecimento de toda a infraestrutura, e considerando que tentar arrefecê-la e é um procedimento correto que faz parte dos planos de contingência quando há este tipo de acidentes.
Questionado sobre quem estava a combater as chamas, Bordalo e Sá disse que eram os serviços próprios do porto de Leixões, que tem “pessoal altamente especializado neste tipo de acontecimentos”.
(Artigo atualizado às 20h55)
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