O estabelecimento de relações diplomáticas plenas entre os dois países, anunciado hoje pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, terá o efeito de “adiar” os planos israelitas de anexar partes da Cisjordânia ocupada, disse Netanyahu, adiantando, no entanto, não ter “desistido” dessa opção criticada pelos palestinianos e por parte da comunidade internacional.
“A aplicação da soberania (israelita) na Judeia e Samaria (nome bíblico da Cisjordânia) está em cima da mesa (…) não está anulada”, declarou num discurso transmitido na televisão.
O príncipe herdeiro dos Emirados Árabes Unidos (EAU), Mohammed bin Zayed, escreveu hoje na rede social Twitter que o “acordo foi alcançado para encerrar qualquer anexação adicional de territórios palestinianos".
Os EAU tornam-se assim o primeiro Estado Árabe do Golfo a estabelecer relações diplomáticas com Israel e a terceira nação árabe a fazê-lo, depois do Egito (1979) e da Jordânia (1994).
“Hoje, começa uma nova era nas relações entre Israel e o mundo árabe”, declarou o primeiro-ministro israelita, que já tinha considerado tratar-se um "dia histórico".
Netanyahu disse ter sido acordado numa “discussão trilateral” com Trump e com o xeque Bin Zayed “um acordo de paz completo com troca de embaixadores e trocas comerciais, incluindo voos diretos entre Abu Dhabi e Telavive”.
“Os Emirados vão investir quantias significativas em Israel (…) Esta é uma abertura pela paz na região”, adiantou.
A normalização das relações entre Israel e os Emirados fazia parte do plano de Trump para o Médio Oriente, apresentado em janeiro, que previa também a anexação por Israel do vale do Jordão e de colonatos na Cisjordânia.
O governo de união de Netanyahu e do seu ex-rival político Benny Gantz devia anunciar a partir de 01 de julho a sua estratégia sobre o plano de anexação.
O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, convocou uma “reunião de emergência” da direção palestiniana para discutir hoje à noite a normalização das relações entre Israel e os Emirados Árabes Unidos, informou a agência oficial Wafa, adiantando que no final do encontro deverá ser anunciada a reação da liderança palestiniana.
Para o movimento islâmico palestiniano Hamas, no poder na Faixa de Gaza, a normalização das relações entre Israel e os EAU “não serve a causa palestiniana” e constitui um “cheque em branco” para a continuação da “ocupação” pelo Estado hebreu.
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