“Anuncio que, no dia 10 de janeiro, depois de ter prestado o juramento constitucional obrigatório perante a Assembleia Nacional da República Bolivariana da Venezuela, o primeiro decreto que assinarei será o da criação de uma ampla comissão nacional e internacional para levar a cabo uma grande reforma constitucional com debate e diálogo com todos os setores políticos, sociais, culturais e económicos do país”, disse.
Nicolás Maduro falava no palácio presidencial de Miraflores, durante um encontro com parlamentares, durante o ato oficial de notificação da instalação do novo período de sessões da Assembleia Nacional (AN, parlamento).
“Estou muito decidido, seguindo o exemplo do comandante Hugo Chávez”, precisou Nicolás Maduro.
Nicolás Maduro precisou que a reforma constitucional deve ter lugar na AN e que terá de haver um grande consenso entre todos os venezuelanos, sem exclusão, sobre a Venezuela a de paz.
“Será a AN o epicentro de um debate que tem de chegar a mover a fibra democrática e, se me perguntassem qual é o objetivo desta grande reforma constitucional, dir-vos-ia que é definir claramente o modelo de desenvolvimento venezuelano para os próximos 30 anos e democratizar ao infinito a vida política e social da Venezuela, transformar este Estado em um Estado verdadeiramente democrático do povo para o povo”, frisou.
A Venezuela realizou eleições presidenciais em 28 de julho de 2024, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Maduro, com pouco mais de 51% dos votos.
A oposição venezuelana afirma que Edmundo González Urrutia (que pediu asilo político a Espanha) obteve quase 70% dos votos.
A oposição e muitos países denunciaram uma fraude eleitoral e têm exigido que o CNE apresente as atas de votação para uma verificação independente, algo que o Conselho ainda não fez.
Em 02 de janeiro, as autoridades venezuelanas ofereceram uma recompensa de 100.000 dólares (cerca de 97,4 mil euros) por informações sobre o paradeiro de Urrutia.
Na semana passada, Maduro avisou que o poder presidencial no país “jamais cairá nas mãos de um fantoche da oligarquia e do imperialismo”.
Na sexta-feira, o Governo venezuelano enviou 1.200 militares para todo o país para “garantir a paz” antes e durante a tomada de posse.
Nas últimas 72 horas, quinze conhecidos políticos opositores e ativistas venezuelanos foram detidos nas na Venezuela, entre eles o ex-candidato presidencial Enrique Márquez e o diretor da organização Espaço Público, denunciou hoje o Comité pela Liberdade dos Presos Políticos (CLPP).
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