A Noruega é membro da NATO (sigla em inglês da Organização do Tratado do Atlântico Norte) e partilha uma fronteira no Ártico com a Rússia, que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro deste ano.

“A partir de amanhã [terça-feira], a Defesa vai aumentar o seu nível de alerta na Noruega”, disse Store numa conferência de imprensa em Oslo, citado pela agência francesa AFP.

“Não temos hoje motivos para acreditar que a Rússia queira arrastar a Noruega ou qualquer outro país diretamente para a guerra, mas a guerra na Ucrânia torna necessário que todos os países da NATO estejam mais atentos”, afirmou.

Store disse que a Noruega, tal como a Europa, está a viver a “situação de segurança mais grave das últimas décadas”.

“O aumento da tensão torna-nos mais expostos a ameaças e espionagem”, disse também, segundo a agência espanhola EFE.

A Noruega tornou-se o principal fornecedor de gás natural da Europa depois do corte dos fornecimentos russos, na sequência das sanções impostas a Moscovo por ter invadido a Ucrânia.

O país escandinavo já tinha aumentado a segurança dos seus locais estratégicos por ter detetado voos suspeitos de drones (aeronaves não tripuladas), incluindo perto de plataformas petrolíferas distantes no mar, e após a alegada sabotagem dos gasodutos Nord Stream 1 e 2 no vizinho Mar Báltico.

Nas últimas semanas, vários russos foram presos na Noruega por sobrevoarem ilegalmente o país ou violarem proibições de tirar fotografias em locais sensíveis.

Na semana passada, a contraespionagem norueguesa prendeu um homem suspeito de ser um “agente clandestino” dos serviços russos, que os peritos dizem poder ser um oficial dos serviços secretos militares.

“Devo salientar que nada aconteceu no último dia ou dias que o faça subir [nível de alerta] um patamar agora. É uma evolução ao longo do tempo que o faz acontecer”, insistiu Store.

O primeiro-ministro disse que “as pessoas não verão grandes mudanças na sua vida” com a decisão.

“Trata-se do nosso aparelho militar, do pessoal e de como organizar a sua atividade”, acrescentou.

Segundo o ministro da Defesa, Bjorn Arild Gram, o aumento do nível de alerta militar resultará em medidas em matéria de logística, segurança das comunicações e segurança em torno das instalações militares.

“Nem tudo o que é feito é visível, e nem tudo pode ser falado abertamente”, disse Gram, que se recusou a dar detalhes mais específicos, segundo a EFE.

Face às crescentes tensões entre a Rússia e o Ocidente, a Noruega já tinha aumentado o seu orçamento militar e os esforços de inteligência no norte, onde partilha uma fronteira de 198 quilómetros com a Rússia.

A crise de segurança na Europa desencadeada pela guerra na Ucrânia é considerada a mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).