“Temos visto que, nos últimos dias, o dr. Rui Rio tem andado particularmente nervoso, tendo até admitido que há matéria criminal relacionada com a venda estes ativos por parte da administração do Novo Banco”, disse, em declarações à Agência Lusa.
Para o deputado socialista, Rio “deve ser consequente com as suas palavras, aquilo que sabe, as informações que tem que o levam a esse tipo de declarações. Deve fazê-las chegar ao Ministério Público (MP) para que o MP possa fazer o seu trabalho”.
Na passada terça-feira, o presidente do PSD defendeu uma investigação judicial e admitiu como “provável” a necessidade de um inquérito parlamentar ao Novo Banco, numa reação a uma notícia do jornal Público, que dava conta de que um fundo das ilhas Caimão comprou casas do Novo Banco abaixo do valor previsto com o crédito desta instituição financeira (com as perdas cobertas pelo Fundo de Resolução).
Para Rui Rio, uma investigação do Ministério Público devia abranger o contrato da venda do Novo Banco à Lone Star e “tudo o que aconteceu depois”.
De acordo com vice-presidente da bancada do PS, o resultado final do trabalho da consultora Delloite estará pronto “dentro de dias” e, perante as conclusões sobre as "decisões tomadas e os responsáveis” por elas, “aí os partidos e, neste caso concreto o PS, tomarão a sua posição”.
“O relatório da auditoria do Novo Banco está prestes a chegar ao Governo e à Assembleia da República. Importante nesta altura é aguardar, com tranquilidade, aquilo que são as conclusões da auditoria sobre os ativos tóxicos, créditos e imóveis que deviam ter ficado no BES e passaram para o Novo Banco”, continuou João Paulo Correia.
O Governo, através do Ministério das Finanças, anunciou na noite de quinta-feira que a auditoria ao Novo Banco não vai estar concluída até sexta-feira, considerando que até à sua conclusão não deverão ser realizadas outras operações de venda de carteiras de ativos por parte da instituição bancária.
O Novo Banco, que ficou com parte da atividade bancária do BES na sequência da resolução de 2014, foi vendido em 2017 ao fundo norte-americano Lone Star, que detém 75% do seu capital, sendo os restantes 25% propriedade do Fundo de Resolução bancário, entidade gerida pelo Banco de Portugal.
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