O New IRA apresentou "sinceras desculpas ao parceiro de Lyra McKee, família e amigos pela morte", segundo o The Irish News, que escreveu ter recebido um comunicado que continha uma mensagem codificada do grupo.
A jornalista, de 29 anos, foi "tragicamente morta" a tiro na noite de quinta-feira, enquanto "se posicionava ao lado das forças inimigas", justificou o Novo IRA.
Este episódio fez lembrar o período de confrontos, que se prolongaram por três décadas, na província britânica da Irlanda do Norte.
A violência entre nacionalistas republicanos opositores (católicos), defensores da reunificação da Irlanda, e unionistas (protestantes), apoiantes do domínio britânico, fez então cerca de 3.500 mortos antes do acordo que impôs uma retirada das forças britânicas e o desarmamento do Exército Republicano Irlandês (IRA).
Mas os republicanos dissidentes continuaram ativos, como o Novo IRA, criado entre 2011 e 2012.
Este grupo reivindicou a responsabilidade por uma explosão de um veículo armadilhado, em janeiro, em Londonderry.
Após o ataque foram descobertos explosivos junto dos aeroportos de Heathrow e da Cidade de Londres, em ações também reivindicadas pelo Novo IRA.
No sábado, a polícia irlandesa anunciou a detenção de dois homens, com 18 e 19 anos, no âmbito da investigação à morte da jornalista.
Na sexta-feira, o presidente do Parlamento Europeu (PE) e a Federação Europeia de Jornalistas condenaram a morte da jovem repórter de investigação irlandesa, baleada enquanto fazia a cobertura de distúrbios num bairro da Irlanda do Norte.
Segundo as autoridades locais, a jornalista Lyra McKee, de 29 anos, morreu pelas 23:00 (mesma hora em Lisboa) de quinta-feira, em Londonderry, a segunda maior cidade da Irlanda do Norte.
Natural de Belfast, a jovem repórter foi atingida na cabeça por um homem com máscara que disparava contra a polícia no bairro de Creggan, tendo morrido já no hospital.
Em conferência de imprensa na sexta-feira, o inspetor do Serviço de Polícia da Irlanda do Norte Mark Hamilton afirmou que as autoridades acreditavam que este tinha sido “um ato terrorista cometido por violentos dissidentes republicanos”.
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