Em conferência de imprensa, o diretor-geral da ESA, Josef Aschbacher, considerou que hoje “é um dia muito importante”, que se esperava “há muito tempo”, destacando que este mapa “vai abrir portas a uma nova ciência na Via Láctea”.

Gaia é uma missão da ESA, lançada em 2013, que tem por objetivo criar um mapa multidimensional da Via Láctea, que ajudará os astrónomos a reconstruir a evolução da galáxia.

O novo mapa vem acrescentar informações sobre a composição química, temperatura, cor, massa, idade e velocidade com que as estrelas se aproximam ou afastam.

A informação foi recolhida com recurso à espetroscopia, uma técnica que decompõe a luz das estrelas e revela o seu DNA.

Tendo por base essa mesma composição química, é possível concluir, por exemplo, que algumas estrelas, como o Sol, contêm matéria enriquecida por várias gerações de estrelas e que os astros mais próximos do centro da Via Láctea são mais ricos em metais do que os que estão mais distantes.

O catálogo também identificou estrelas que, inicialmente, pertenciam a outras galáxias e apresentou a evolução de mais de 800.000 sistemas binários e o estudo de 156.000 asteroides, bem como dados sobre 10 milhões de estrelas variáveis e macromoléculas entre estrelas.

Os dados em causa foram recolhidos entre 25 de julho de 2014 e 28 de maio de 2017.

Juntamente com estes dados, são publicados cinquenta artigos científicos, dedicando-se nove deles a explicar o potencial das informações recolhidas pelo Gaia.

Esta missão conta com uma câmara de 1.000 milhões de pixels, dois telescópios óticos e um espetrómetro, entre outros equipamentos.

Com duração prevista inicialmente até 2019, este projeto, que conta com mais de 450 cientistas e engenheiros, foi prolongado até 2023.