"Damos um passo importante na construção do futuro da cidade de Lisboa e, em particular, do desenvolvimento da zona oriental", declarou Fernando Medina (PS), que falava na cerimónia de apresentação deste projeto.

De acordo com o autarca, este "é um projeto que vai permitir a revitalização e a regeneração da zona oriental da cidade, de Santa Apolónia à zona do Braço de Prata, isto é, a última zona da frente ribeirinha que não se encontra devidamente consolidada e regenerada".

"É dos esforços mais ambiciosos do ponto de vista do desenvolvimento integrado da zona oriental de Lisboa desde os tempos da Expo 98", recordou Fernando Medina.

Em causa está a passagem para a Câmara de Lisboa, por 50 anos, da gestão de um conjunto de edifícios na ala sul da Manutenção Militar, antiga fábrica do Exército localizada junto ao rio, com uma área superior a 30 mil metros quadrados.

A cedência, que custou 7,1 milhões de euros ao município como contrapartida, foi hoje concretizada com a assinatura do auto de cedência à autarquia pelo Estado.

Na ocasião - que contou com a presença do primeiro-ministro, António Costa, e dos ministros da Defesa, José Azeredo Lopes, e da Economia, Manuel Caldeira Cabral -, Fernando Medina salientou que o projeto aposta nas "indústrias do século XXI: as indústrias do mundo digital, da inovação e da criatividade".

Isto porque será "um polo de criação de emprego, de inovação e de artes como esta cidade não tem", que será desenvolvido "ao longo dos próximos anos", sustentou.

"Será, aliás, um dos polos mais importantes de toda a Europa, uma das maiores incubadoras de empresas que existem na Europa e será desenvolvido de forma orgânica por várias entidades que aqui se vão instalar", apontou o autarca socialista, especificando que caberá à Startup Lisboa (entidade agregada à autarquia) gerir o projeto, que será desenvolvido juntamente com privados.

A estas últimas entidades caberá pagar as obras de reabilitação, orçadas em perto de nove milhões de euros.

Sem se comprometer com prazos, Fernando Medina disse apenas que, até ao final deste ano, o município concluirá o "’masterplan' da utilização destas infraestruturas".

Ali, haverá espaço para 3.000 pessoas, distribuídas por zonas para incubadoras, espaços de restauração e de serviços de apoio, e por residências de artistas.

"A ideia é simples: nós desenvolvemos um plano, as incubadoras utilizam estes espaços, modernizam-nos e adaptam-nos às suas necessidades", explicou o responsável.

A autarquia pretende ainda que o polo seja "uma âncora fundamental do desenvolvimento tecnológico", aproveitando a "extraordinária oportunidade" de ter na cidade a feira de tecnologia Web Summit, que decorre em novembro.

Nesta antiga fábrica do Exército, desativada há vários anos, funciona o principal núcleo de arqueologia industrial da cidade, que será "parte integrante" do novo polo, adiantou Fernando Medina.