O político e antigo futebolista, conhecido pelas suas opiniões ultraconservadoras e antiocidentais, foi empossado no parlamento, em Tbilissi, capital da Geórgia, para suceder a Salome Zurabishvili.
“A nossa história mostra claramente que, após inúmeras lutas para defender a nossa pátria e as nossas tradições, a paz foi sempre um dos principais objetivos e um dos principais valores do povo georgiano”, afirmou Kavelashvili, durante o seu discurso de tomada de posse.
O novo Presidente apelou ainda ao respeito pelas “tradições, valores, identidade nacional, a santidade da família e da fé” do país.
Minutos antes, a Presidente cessante tinha abandonado o palácio presidencial, depois de ter rejeitado a transferência de poder, e continuando a afirmar que era a “única Presidente legítima” do país.
Salome Zurabishvili, que considera a vitória fraudulenta, juntou-se ao grupo de manifestantes que se reuniu em frente ao Palácio Orbeliani, no centro da capital do país, Tbilisi, para protestar contra a cerimónia.
“A sociedade está cá fora. Eles estão fechados lá dentro”, disse a Presidente cessante sobre Kavelashvili e o partido no poder, o Sonho Georgiano, que acusa de terem cometido fraude eleitoral nas eleições legislativas de outubro, desencadeando protestos violentos que abalam o país há semanas.
“Comigo trago a legitimidade e a bandeira”, acrescentou a Presidente cessante nas suas primeiras declarações após deixar o palácio presidencial, noticiadas pelo portal de notícias Netgazeti.
Segundo a AFP, pelo menos 2.000 pessoas reuniram-se à porta do edifício hoje de manhã, gritando “Geórgia” e “Salome”.
A chefe de Estado cessante, pró-europeia, opõe-se ao Governo, liderado pelo partido Sonho Georgiano, que é considerado pró-russo e que em novembro suspendeu as negociações para a adesão deste país candidato à União Europeia (UE).
Na semana passada, o primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Kobakhidze, advertiu que Zurabishvili pode acabar “atrás das grades” se não deixar o poder após o término de seu mandato.
No sábado, os partidos da oposição emitiram um comunicado conjunto a apelar à comunidade internacional para que não reconheça os resultados das eleições de 26 de outubro e a rejeitar a legitimidade de Kavelashvili.
Também no sábado milhares de manifestantes pró-europeus voltaram a reuniram-se na capital da Geórgia para protestar contra a tomada de posse, exigindo a libertação dos cidadãos detidos durante as manifestações anteriores e pedindo a realização de novas eleições legislativas.
Kavelashvili foi eleito por um colégio eleitoral, composto por 300 elementos, incluindo deputados e representantes dos governos locais, tornando-se o sexto presidente na história da Geórgia desde a sua independência da União Soviética em 1991.
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