
Segundo aquela Organização Não Governamental (ONG), num comunicado citado pela agência EFE, 568 civis “da minoria alauita” foram assassinados “a sangue frio” nos últimos três dias, principalmente na cidade costeira de Latakia, mas também em Tartus, em Homs e em Amã.
A ONG registou um total de “29 massacres” nos últimos dias de confrontos entre tropas do novo regime de Damasco e insurgentes leais ao ex-Presidente Bashar al-Assad, que qualificou de “a maior vingança coletiva” por parte das tropas ligadas às novas autoridades do país desde a queda de al-Assad, em 8 de dezembro do ano passado.
Bashar al-Assad pertence à minoria alauita.
Aos 568 civis somam-se mais de 200 combatentes mortos dos dois lados da barricada, em combates nas províncias ocidentais da Síria, ainda de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, sediado no Reino Unido, mas com uma ampla rede de colaboradores locais.
Perante esta situação e o massacre de civis, entre os quais mulheres e crianças, a ONG apelou à comunidade internacional para que tome “medidas urgentes e envie equipas especializadas de investigação internacional para documentar as graves violações que afetam civis”.
Além disso, exortou as autoridades de Damasco a que “responsabilizem” as tropas envolvidas nestas ações, considerando que “a impunidade incentiva a repetição de crimes no futuro, algo que ameaça a estabilidade política e social na Síria após a queda de al-Assad”.
O novo Governo sírio não reconheceu explicitamente os acontecimentos, mas comprometeu-se a tomar medidas legais e responsabilizar qualquer pessoa que tenha cometido “excessos” ou “atos de vingança” contra civis durante as operações militares destinadas a reprimir os focos de insurgência dos grupos ‘pró-Assad”.
Os confrontos eclodiram na quinta-feira, depois de os insurgentes alauitas terem lançado um ataque às forças de segurança na cidade de Jableh, em Latakia, desencadeando a maior onda de violência na Síria desde a queda de Bashar al-Assad.
As novas forças sírias são compostas em grande parte por ex-combatentes da agora extinta aliança islâmica Hayat Tahrir al-Sham (HTS), o grupo que liderou a ofensiva contra Assad e cujas raízes estão na Frente Nusra, uma antiga afiliada da Al-Qaeda na Síria.
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