O número de tigres selvagens aumentou quase 22% nos últimos seis anos, de acordo com a organização World Wildlife Fund (WWF) e o Fórum Global do Tigre. Em 2010, estimava-se existirem cerca de 3200 tigres no mundo; seis anos depois, registaram-se 3890. É a primeira vez que o número de tigres tem um aumento expressivo desde 1900, altura em que existiam 100 mil tigres no mundo.

Apesar de este número ser uma boa razão para se celebrar - afinal, existem mais tigres hoje do que aquilo que se esperava - muitos especialistas pararam de dizer que a população de tigres está a crescer.

Segundo a WWF, várias causas poderão estar relacionadas com este aumento da população de tigres no mundo: para além de poder dever-se a uma maior proteção da espécie, poderá também ter a ver com o melhoramento dos métodos de pesquisa e com o facto de se incluírem mais áreas.

Para o diretor geral da WWF Internacional, Marco Lambertini, os novos números oferecem esperança e mostram que os seres humanos podem salvar espécies e os seus habitats, sempre que os governos, comunidades locais e organizações de conservação trabalham em conjunto.  Já para Ginet Helmey, citado pelo The Guardian e também da WWF, mais importante que os números é a tendência. "Verificamos que a tendência segue na direção certa".

Os dados partilhados pelo WWF, um dia antes da  3ª conferência sobre conservação de tigres em Nova Deli, resultam de uma compilação de dados, da União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN), a partir dos últimos estudos estatísticos nacionais de tigres.

Mais de metade da população de tigres encontra-se na Índia, onde 2.226 exemplares vivem em reservas de 18 estados, segundo o último balanço de 2014. Rússia, Butão e Nepal também contam com um grande número de tigres, segundo os últimos estudos.

Mas a luta pela conservação da espécie continua. Os tigres permanecem em risco nos países do sudeste asiático. Para além de não haver censos, estes países ainda não têm as medidas de proteção necessárias para estes animais. No Bangladesh, o número de tigres caiu de 440 em 2010 para 106 em 2015, apesar de os ecologistas acharem que a diferença se deve a uma sobreavaliação da população há seis anos. As principais causas da diminuição drástica da população de tigres na Ásia são o desmatamento, a destruição do seu habitat e a caça ilegal.

O caso da Indonésia mostra as ameaças a que os países do sudeste asiático estão sujeitos e a razão pela qual é necessário o apoio do governo. A Indonésia teve uma redução drástica da população de tigres devido ao desmatamento com fins industriais destinados ao cultivo de óleo de palma e pasta de papel. Já o Camboja quer reintroduzir o tigre após anunciar a sua extinção na semana passada, por não ter provas da sua existência no país desde 2007.

Em 2010, os 13 países com populações de tigres - Bangladesh, Butão, China, Camboja, Índia, Indonésia, Laos, Mianmar, Nepal, Rússia, Tailândia e Vietname -  elaboraram um plano para duplicar o número destes felinos até 2022.

A 3ª Conferência Ministerial da Ásia para a Conservação dos Tigres, que acontece esta semana, visa ajudar a concretizar este plano. "Os governos vão decidir os próximos passos para alcançar este objetivo e garantir que os tigres selvagens têm um lugar no futuro da Ásia", afirmou o secretário-geral do Global Tiger Forum (Fórum Global do Tigre).