A 16 de novembro de 2018, a Conferência Geral sobre Pesos e Medidas concordou com uma das revisões mais significativas do Sistema Internacional de Unidades, desde que este foi fundado — rever a definição de quilograma. Assim, foi definido que se passa a usar a constante de Planck, uma fórmula do físico alemão Max Planck que permite de forma universal determinar quanto deve pesar um quilograma.

Desde 1889, o quilograma tinha uma definição muito simples: era a massa de um pedaço de liga de platina-irídio, guardado no Comité Internacional de Pesos e Medidas em Sèvres, França.

Era através deste pedaço — um cilindro — que eram calibradas todas as balanças. Ou seja, um quilograma devia ser sempre um quilograma. Contudo, há um problema: o material usado inicialmente tem vindo a perder massa ao longo do tempo — cerca de 50 microgramas. Mas mesmo assim continuou a ser um quilograma, daí a necessidade de se propor uma nova definição.

Com a nova medida, deixa-se de ter em conta um pedaço de metal e passa-se a olhar, sim, para uma medida definida por uma força fundamental na natureza — que nunca muda.

Por todo o mundo estão espalhadas cerca de 40 réplicas deste cilindro, para calibrar quanto pesa um quilo. Contudo, tendo em conta a mudança de peso, são na verdade todas mais leves que o quilograma original, incluindo a que existe em Portugal, no Instituto Português da Qualidade, escreve a Lusa. 

Isso pode implicar erros em experiências científicas que precisam de medidas exatas de materiais altamente controlados, como substâncias radioativas. Mas não há motivos para preocupações com as nossas balanças: o novo quilograma tem a mesma massa que tinha o quilograma antigo, uma vez que os cientistas usaram o antigo para medir o valor da constante de Planck, de forma a que tudo estivesse certo.

A partir de hoje entram em vigor também novas fórmulas para calcular unidades fundamentais de medidas como o ampere, que mede a corrente elétrica, o kelvin, uma medida científica de temperatura, e o mole, uma medida de substância.

Medidas que derivam das fundamentais, como o volt, ohm e o joule, passam a ter novos padrões definidos a partir de constantes físicas que se verificam na natureza. Além dos profissionais dos laboratórios nacionais de metrologia, poucas pessoas sentirão a mudança, afiançou o Comité.

Com Agência Lusa

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