Sob o slogan “O perdão é um insulto”, as marchas têm como objetivo expressar a indignação da população peruana pela decisão de Pedro Pablo Kuczynski, quando Fujimori ainda tinha mais de metade da sua pena de prisão de 25 anos por cumprir.

Presidente do Peru de 1990 a 2000, Alberto Fujimori cumpre desde 2007 uma pena de 25 anos de prisão por corrupção e crimes contra a humanidade.

Os manifestantes pedem a anulação do perdão e querem que o ex-presidente cumpra a totalidade da pena, alegando que o perdão se trata de um pacto político para que Kuczynski possa continuar a governar em troca da liberdade deste último.

A denúncia baseia-se no facto de o atual presidente ter libertado Fujimori apenas três dias depois de evitar ser destituído pelo Congresso, no âmbito do escândalo de corrupção da empresa brasileira Odebrecht, devido à abstenção de um setor liderado por Kenji Fujimori, filho do antigo presidente.

As manifestações estão a decorrer na capital Lima, mas também em várias outras cidades do país.

O Presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, anunciou no domingo que concedeu perdão humanitário a Alberto Fujimori após uma junta médica avaliar a situação do antigo chefe de Estado e verificar que este sofre de “uma doença progressiva, degenerativa e incurável”.

A mesma estrutura considerou que as condições que o antigo governante tinha na prisão significariam um risco grave para a sua vida, saúde e integridade.

Presidente do Peru e líder da oposição ouvidos no âmbito do caso Odebrecht

Kuczynski e Fujimori foram interrogados, em separado e de forma privada, por procuradores que investigam as queixas no país relativas à Odebrecht, o primeiro no Palácio do Governo e a segunda nos gabinetes do Ministério Público no centro histórico de Lima.

O Presidente foi ouvido durante quatro horas, na condição de testemunha, por uma equipa de procuradores anticorrupção, encabeçada por Hamilton Castro, encarregado de investigar o caso.

Na sessão, em que também participou o advogado do presidente, Gonzalo del Rio, e o procurador para o caso da Odebrecht, Jorge Ramírez, o Presidente respondeu pela informação de que uma empresa sua realizou serviços à empresa de construção brasileira entre 2004 e 2007, quando foi ministro do governo de Alejandro Toledo (2001-2006).

Devido ao caso, um setor do Congresso apresentou uma petição para destituir Pedro Pablo Kuczynski, que acabou por ser arquivada. Durante o debate da petição, o presidente garantiu que estava disposto a colaborar com todas as investigações em curso.

Keiko Fujimori também foi interrogada durante cerca de cinco horas pelo responsável para casos de lavagens de dinheiro José Domingo Pérez, sobre um alegado financiamento irregular das suas campanhas eleitorais.

A líder do partido Fuerza Popular, que lidera o congresso, respondeu por uma anotação na agenda do empresário brasileiro Marcelo Odebrecht, que dizia "aumentar Keiko 500", para além do alegado financiamento das suas campanhas eleitorais em 2006, 2011 e 2016.

A filha do ex-presidente Alberto Fujimori está a ser investigada por alegadamente cometer o crime de lavagem de dinheiro.

As audições de Pedro Pablo Kuczynski e de Keiko Fujimori terminam um ano em que o escândalo da Odebrecht atraiu quase toda a atenção no país, envolvendo ex-governantes e grande parte da classe política nacional.

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