Este cenário, atualmente é muito improvável e lançaria os Estados Unidos num período de grande incerteza.
Porquê?
Joe Biden, o presidente americano mais velho em exercício, perdeu uma oportunidade única para tranquilizar milhões de eleitores sobre a sua condição física e de saúde durante o primeiro debate da campanha.
No palco, o líder democrata frequentemente parecia confuso, deixando frases incompletas e atrapalhava-se. Logo após o programa, vários democratas anónimos pediram em entrevistas que renunciasse.
"Teve uma noite muito má ontem. A questão agora é se isso o desqualificará para os próximos quatro anos", disse sexta-feira a senadora democrata Jeanne Shaheen. "Isso terá que ser determinado".
Biden frequentemente repete que é o candidato mais capaz de derrotar Donald Trump, apesar das sondagens mostrarem que a sua idade desencoraja os eleitores.
"Já não ando com tanta facilidade como antes, não falo com tanta fluidez como antes, não debato tão bem como antes", mas "posso fazer este trabalho", disse Biden num comício na Carolina do Norte.
O líder recebeu um forte apoio de Barack Obama, que ainda é uma das vozes mais respeitadas do Partido Democrata. "Noites de debates maus acontecem", disse ele.
Como?
Se Biden decidisse desistir, o processo para substituí-lo seria um pouco técnico. O presidente já foi nomeado candidato presidencial democrata numa série de primárias realizadas entre janeiro e junho.
Portanto, teoricamente, ele deverá ser oficializado na convenção do partido em Chicago.
Se Biden abandonasse a corrida antes desta convenção, prevista para meados de agosto, a palavra final caberia aos delegados do partido, 3.900 pessoas com perfis muito variados. A maioria delas é desconhecida do público.
Seria então uma "convenção onde tudo é permitido", já que cada lado tentaria promover seu candidato, prevê Elaine Kamarck, investigadora do Brookings Institute, numa nota recente.
Um cenário mais ou menos similar ocorreu para os democratas a 31 de março de 1968, quando o presidente Lyndon B. Johnson anunciou publicamente que não procuraria um segundo mandato durante a guerra do Vietname.
E se Biden desistisse entre a convenção e as eleições? O "comité nacional" do partido realizaria uma sessão extraordinária para nomear o candidato.
Quem?
Biden designou a vice-presidente Kamala Harris para fazer campanha com ele, mas não há nenhuma regra que determine que seja ela a substituir automaticamente o titular.
Na quinta-feira, Harris reconheceu que Joe Biden foi "lento no começo", mas "terminou forte".
Em nenhum momento mencionou a possibilidade de substituí-lo.
Harris, a primeira mulher e primeira vice-presidente afro-americana, poderia ter rivais entre a nova geração do partido.
Como o governador da Califórnia, Gavin Newsom, que tem apoio entre os democratas. Mas Newsom considerou que estas "conversas" "não são boas" para a democracia.
Também são falados os nomes da governadora de Michigan, Gretchen Whitmer, e do governador da Pensilvânia, Josh Shapiro.
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