Em declarações aos jornalistas, o socialista Eduardo Vítor Rodrigues, que até 2025 cumpre o terceiro e último mandato na liderança da câmara, apresentou o projeto “Agenda Estratégica Gaia 2035” que inclui a participação das pessoas quer via ‘online’ quer em resposta a um questionário em papel.
“Todos queremos que Gaia seja o melhor território e a melhor comunidade humana para viver, trabalhar, estudar, visitar e investir. Na sua opinião, até 2035, o que é preciso fazer para que este grande objetivo possa tornar-se realidade?” - é uma das questões que fazem parte do documento que vai começar a chegar a casa de quem vive em Gaia, seja ou não recenseado neste concelho do distrito do porto, ainda este mês.
A Câmara de Gaia também vai questionar as pessoas sobre a sua área de residência: “Tendo em conta os principais problemas, necessidades e expectativas, indique aquilo que considera que deve ser realizado até ao ano de 2035” – lê-se no inquérito.
“Para a Agenda Estratégica Gaia 2035 tem outras ideias, críticas, sugestões ou propostas que pretenda expor? Se tiver, por favor, indique aqui” é o terceiro desafio lançado aos inquiridos, num inquérito que “privilegia o modelo qualitativo”, de resposta por extenso, porque “apesar de dar mais trabalho permite tirar mais conclusões do que o modelo tradicional d cruzinhas”, explicou Eduardo Vítor Rodrigues.
Com início este mês, com uma “divulgação massiva” dos inquéritos, o projeto tem conclusão prevista para setembro de 2024.
“A nossa primeira agenda de desenvolvimento sustentável, que foi criada em 2015, está a chegar a um ponto em que grande parte está plasmada no orçamento da câmara ou nos investimentos dos fundos comunitários ou do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] pelos quais lutámos e, após quase uma década, faz sentido voltarmos à discussão com as pessoas para já, para fazermos um balanço (…) e depois para projetar um novo tempo, um tempo de novos desafios”, disse o presidente da câmara.
A par do inquérito, que vai cair em 140.000 caixas de correio e com possibilidade de responder ‘online’, quer através do ‘site’ quer de um ‘QRcode’, esta iniciativa vai ser acompanhada de reuniões e fóruns temáticos, entrevistas e um congresso final de apresentação de dados.
“Todos os anos tínhamos a prática de ir às freguesias, ir aos territórios, fazer balanço e presidência aberta. Mas era fazer balanço de uma agenda e de uma estratégia que estava em curso e era predefinida (…). [Além do inquérito] vamos ter 'focus group' temáticos para perceber, numa malha mais fina, quais são as perspetivas e as aspirações de empresários, professores, funcionários públicos, instituições, etc.”, descreveu o autarca de Gaia.
Eduardo Vítor Rodrigues explicou o porquê de 2035, lembrando datas relacionadas com o Plano Diretor Municipal ou os quadros comunitários de apoio da União Europeia, entre outras e admitiu que há temas que acredita que vão estar no centro o debate, desde os transportes, às políticas de acolhimento a imigrantes ou a crise demográfica.
“Esta agenda permite uma abordagem estrutural e duradoura que não acontece se pensarmos na lógica de mandatos autárquicos”, disse o autarca.
Questionado sobre a implementação prática desta agenda, tendo em conta que em 2025 haverá eleições autárquicas e Eduardo Vítor Rodrigues não pode ser, por limitação de mandatos, candidato, o socialista foi direto: “Quem vier rasga ou atualiza esta agenda, faz o que quiser, mas nós fizemos o nosso trabalho”.
Os inquéritos que forem preenchidos em papel podem ser devolvidos à câmara por CTT, sem custos, ou entregues nos balcões de atendimento da autarquia e das Juntas de Freguesia.
As respostas são confidenciais e usadas para fins estatísticos.
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