Esta madrugada, na sequência de um despiste na rua da Ribeira da Póvoa, num bairro localizado no Olival Basto, um táxi caiu na água. Um dos ocupantes foi resgatado com ferimentos ligeiros por agentes da PSP e transportado para o Hospital de Loures, mas não conseguiram resgatar o taxista da ribeira de Odivelas, um curso de água que percorre este concelho e que continua no município de Loures até desaguar no Rio Trancão. O corpo apareceu horas depois no Barreiro.

No mesmo local, um segundo despiste aconteceu uma hora depois, com o alerta dado pelas 03:40, sendo que o condutor do veículo, que estava alcoolizado, também foi retirado com ferimentos ligeiros e levado para o Hospital de Loures.

O que se passa no local onde caíram os carros?

A estrada onde seguiam os automóveis é estreita e, no local onde se deram os despistes, não existe uma proteção para evitar quedas na ribeira, um tipo de acidente que já aconteceu no passado.

Nesse sentido, os moradores do bairro junto ao local onde caíram os dois automóveis pedem mais segurança para evitar estes acidentes.

“Já aconteceu inúmeras vezes”, reforçou Vítor Vieira, morador na Flamenga (Loures) e que esta tarde passou no local do acidente, em que uma parte da estrada “não tem proteção” em relação à ribeira.

Vários moradores ouvidos pela Lusa dizem ainda que é frequente passarem, à noite, naquela estrada, condutores alcoolizados que vêm de um bar existente no bairro.

Por outro lado, além de estreita, a via é pouco iluminada e lamacenta quando chove, mas por lá circulam veículos nos dois sentidos, apesar de em alguns pontos da estrada não ser possível duas passagens em simultâneo.

“Já caíram tantos carros aí”, recorda uma moradora, acrescentando que os reboques vão “de mansinho” retirá-los.

Um muro resolvia a situação?

Ainda a recuperar dos estragos provocados pelo mau tempo da semana anterior, em que a água da chuva e a subida do caudal da ribeira inundaram casas do bairro e deixaram estradas cobertas de terra, os moradores questionam precisamente o porquê de não prolongarem o muro da rua, que ajudaria a evitar não só mais acidentes automóveis, mas também cheias.

“Se o muro estivesse até lá ao fundo, as casas não seriam inundadas”, aponta um homem que vive junto à ribeira e que ficou desalojado.

Por tudo isto, os moradores pedem às autarquias o prolongamento do muro na rua Ribeira da Póvoa e também o corte da vegetação existente na ribeira, que dizem ser poucas vezes desbastada.

O que diz a autarquia?

Contactado pela Lusa, o presidente da Junta de Freguesia de Póvoa de Santo Adrião/Olival Basto, Rogério Breia (PS), nega o registo de mais acidentes automóveis como os ocorridos esta noite.

“Houve em 2019 e estes agora de madrugada”, disse o autarca, admitindo que “vai ser analisada” a colocação de um “resguardo” na parte da rua que não está vedada.

Quanto ao muro, Rogério Breia diz que “é impossível” alargá-lo, pelo que vai ponderar outra solução que levará ao encurtamento da estrada.