Passavam poucos minutos das 16h00 quando caiu o relatório de situação nº. 666.

Relatório de situação é o nome oficial do boletim diário enviado pela Direção-Geral da Saúde (DGS). Em dia de notícias sobre Jesus, eis que surge um relatório dos diabos (666, lá está).

Portugal registou hoje 17.172 novas infeções (e mais 19 óbitos) com o coronavírus SARS-CoV-2. Até ao dia de hoje, o máximo de novos casos era de 16.432 novos casos (e 303 mortes), que foram registados a 28 de janeiro.

Um novo recorde era esperado há vários dias, depois de a ministra da Saúde o ter antecipado a semana passada. Não disse quando, limitou-se a referir "nos próximos dias". Hoje, na SIC Notícias, afirmou que as estimativas, que apontavam estes números apenas para dia 29 de dezembro, sofreram uma "ligeira aceleração”

E por estimativas, a previsão é que na primeira semana de janeiro o país deva atingir — diariamente, sublinhe-se — 37 mil novos casos de infeção (mais do dobro do máximo de 17.172 registados hoje). À estação de Paço de Arcos, Temido adiantou que os novos casos estão a duplicar a uma média de cerca de oito dias (em linha com o verificado noutros países, como a Dinamarca ou o Reino Unido). O risco de transmissão efetivo está em 1,3, o que é “muito elevado" considerou a governante.

O maior número de novos casos diagnosticados situa-se na faixa etária entre os 20 e os 29 anos (3.653), seguida das faixas entre 40 e 49 anos (3.294), entre 30 e 39 anos (2.941), entre 50 e 59 anos (2.538), entre 10 e 19 anos (1.880), dos 60 aos 69 anos (1.305), até aos 9 anos (840), dos 70 aos 79 anos (469) e dos idosos com mais de 80 anos (252).

Segundo os dados da DGS, a maioria dos óbitos diários continua a registar-se entre os idosos com mais de 80 anos, num total de oito, seguido da faixa etária dos 60 aos 69, com seis mortes registadas, tendo ainda ocorrido quatro mortes entre os 70 e os 79 anos e uma entre os 50 e os 59 anos.

Comparativamente com a situação registada em Portugal no mesmo dia há um ano, o país tem hoje mais 15.079 novos casos de infeção (contabilizaram-se 2.093 novos casos a 28 de dezembro de 2020) e mais 46.234 casos ativos (há um ano totalizavam 68.307).

O número de internamentos é significativamente inferior, uma vez que há um ano estavam internadas 2.967 pessoas, 503 das quais em cuidados intensivos, havendo também menos óbitos (no mesmo dia, o boletim da DGS contabilizava 58 mortes nas 24 horas anteriores).

Os próximos dias continuam a ser de quadra festiva, como a passagem de ano aí à espreita. Com o país a cumprir a primeira semana de duas de contenção, o que se segue? Ano novo, restrições novas?