A agência publicou uma primeira avaliação de 18 indicadores de quatro dos 15 ODS acordados pela comunidade internacional em 2015, a partir dos dados disponíveis de 234 países e territórios.

Em alguns casos registaram-se progressos, mas o resultado a nível global é negativo, entre outras coisas pelo aumento da prevalência da fome, considerada a “tendência mais preocupante”, disse à Efe o chefe de Estatísticas da FAO, Pietro Gennari.

O número de pessoas que passam fome aumentou em 2018 pelo terceiro ano consecutivo, até quase 822 milhões, equivalente a 10,8% da população mundial.

Gennari frisou que foram encontradas “dificuldades em quase todos os âmbitos relacionados com a alimentação”, como, por exemplo, a diminuição do investimento público na agricultura, apesar da importância que tem para erradicar a malnutrição.

Entre 2016 e 2017, observou-se um aumento moderado dos preços médios dos alimentos em todas as regiões, enquanto as oscilações nos preços, que condicionam o acesso aos produtos, afetaram um terço dos países pobres sem acesso ao mar, muitos dos quais em África e na Ásia.

De momento, o mundo está suspenso em aspetos como a exploração dos recursos pesqueiros, a conservação dos recursos genéticos de plantas e animais ou o estado das florestas.

O estudo recorda que a pesca intensiva afeta um terço das populações de peixes, mais de metade das raças locais de ganadaria estão em risco de extinção e nos 70 países que forneceram informação, entre 2000 e 2015, perdeu-se uma superfície florestal do tamanho de Madagáscar, principalmente pelo avanço da agricultura nos trópicos.

No entanto, há motivos para otimismo depois de se terem observado melhorias na gestão das florestas, retardando-se assim o ritmo de desflorestação, e na contribuição da pesca sustentável para a economia dos países mais pobres.

Além do mais, em 2018, o material genético de plantas conservado em bancos de sementes ascendeu a 5,3 milhões de amostras, mais 3% do que no ano anterior, mas os esforços continuam a ser insuficientes para preservar as culturas menos usadas e as espécies selvagens.

O perito da FAO precisou que alguns dos indicadores se empregaram pela primeira vez, pelo que pode ser “demasiado cedo” para saber se estão a alcançar as metas ou não, como quando se analisa a produtividade e os rendimentos dos pequenos produtores, a eficiência no uso da água ou a conservação dos ecossistemas montanhosos.