Segundo o estudo, publicado na revista científica Nature, a deteção da luz foi possível porque o buraco negro deforma o espaço, dobrando a luz e torcendo os campos magnéticos em seu redor.

Um buraco negro é um corpo do Universo tão denso que a luz que nele entra não pode sair.

Durante a observação de raios-X lançados para o Universo por um buraco negro supermassivo situado no centro de uma galáxia a 800 milhões de anos-luz da Terra, o astrofísico Dan Wilkins, da Universidade de Standford, nos Estados Unidos, identificou um padrão intrigante: sinais luminosos de raios-X que eram mais pequenos e tardios.

De acordo com a teoria, estes ecos luminosos eram consistentes com os raios-X refletidos atrás do buraco negro, apesar de a localização ser estranha para a luz surgir.

“Toda a luz que entra neste buraco negro não sai, pelo que não deveríamos conseguir ver nada do que está por detrás do buraco negro”, afirmou Dan Wilkins, citado pela agência noticiosa Efe.

Contudo, a luz surge por detrás do buraco negro porque este está a deformar o espaço, dobrando a luz e torcendo os campos magnéticos à sua volta, explicou o coordenador do estudo.

O buraco negro em causa tem 10 milhões de vezes a massa do Sol e está no centro de uma galáxia espiral chamada I Zwicky 1.

A observação direta da luz por detrás de um buraco negro corresponde às previsões feitas na Teoria da Relatividade Geral, publicada pelo físico Albert Einstein em 1915, de como a gravidade dobra a luz em torno dos buracos negros, refere em comunicado a Agência Espacial Europeia (ESA), da qual foi usado o telescópio XMM Newton para o estudo.

O ponto de partida do trabalho do astrofísico Dan Wilkins e da sua equipa foi o quererem saber mais sobre uma misteriosa característica de certos buracos negros, que se chama coroa.

O material que cai num buraco negro supermassivo alimenta as fontes de luz contínuas mais brilhantes do Universo e, ao fazê-lo, forma uma coroa, que começa com o gás que desliza para o buraco negro, onde é sobreaquecido até que os eletrões se separam dos átomos, criando um plasma magnetizado.

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