O primeiro-ministro, António Costa, aproveitou a resposta ao PS neste início de debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2020 na Assembleia da República para também criticar o PSD, acusando-o de "pensamento mágico" em matéria orçamental.
"O PSD quer mais investimento, quer menos impostos e quer um maior excedente orçamental, é verdadeiramente o pensamento mágico", declarou António Costa, acrescentando: "Este pensamento mágico já ouvimos, foi o que inspirou Durão Barroso, quando propôs o choque fiscal, foi o que prometeu Passos Coelho, e que se traduziu simplesmente no maior agravamento fiscal que o país teve".
António Costa observou que é "frustrante" ver como a oposição é "incapaz de apresentar uma visão alternativa para o país" e remeteu para o ministro das Finanças a resposta às "minudências contabilísticas" apresentadas pelo presidente do PSD, Rui Rio, dizendo que Mário Centeno "terá enorme prazer em dar uma pequena aula de contabilidade pública e nacional."
A líder parlamentar do PS interveio neste debate depois do presidente do PSD e considerou que o maior partido da oposição "continua em negação em relação àquilo que os portugueses escolheram em 06 de outubro", em que os sociais-democratas tiveram "uma derrota estrondosa".
Em seguida, referindo-se a Rui Rio, Ana Catarina Mendes alegou que "o senhor deputado não consegue dizer que está a favor do reforço do SNS porque o PSD quer é a privatização do SNS é a degradação do SNS".
"Este é um excelente orçamento, é uma proposta de Orçamento do Estado que em sede de especialidade seguramente será ainda melhorada, mas é um Orçamento do Estado que desde logo dá resposta a um dos problemas mais gritantes que temos em Portugal, que é o estado da degradação do SNS fruto das políticas do PSD e do CDS", defendeu.
Segundo a líder parlamentar do PS, nesta matéria, acresce "ao esforço" dos últimos quatro anos "uma prioridade e um esforço decisivo neste Orçamento do Estado, com o reforço de verbas para que o SNS esteja ao serviço das pessoas".
Ana Catarina Mendes destacou também medidas como a isenção em sede de IRS para jovens que começam a trabalhar e o complemento-creche e apontou o Orçamento do Estado para 2020 como "mais um passo significativo no caminho da convergência com a União Europeia".
"A única pergunta que fica neste momento de início de debate é: para onde quer ir a direita, o PSD em particular? Deve querer continuar sem cortes. Pois nós aqui estamos para dizer: este é o primeiro orçamento desta legislatura porque os portugueses pediram mais crescimento, mais emprego, mais igualdade e estabilidade política", disse.
O primeiro-ministro e secretário-geral do PS realçou igualmente a ambição assumida no início da anterior legislatura de conseguir "dez anos de convergência sustentada com a União Europeia" em matéria de crescimento económico.
"Entre 2000 e 2017 nós divergimos sempre da União Europeia. Só retomámos a convergência em 2017, 2018, 2019, e vamos continuar em 2020", afirmou.
"Temos de prosseguir esta trajetória, porque se arrepiarmos caminho seguramente ficamos mais expostos aos riscos que não controlamos e, sobretudo, frustramos as justas expectativas dos portugueses", advertiu.
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