Cinco homens e três mulheres “morreram de frio”, de acordo com os depoimentos dos sobreviventes que informaram as autoridades que poucas horas antes, uma das mulheres que morreu, lançou ao mar o filho – um bebé de quatro meses – que também tinha morrido “de frio”. Um outro homem atirou-se ao mar para recuperar o corpo do bebé mas afogou-se, de acordo com os mesmos testemunhos.

Os dois, o bebé e o homem que se lançou ao mar, estão considerados como “desaparecidos” pelas autoridades italianas.

Os sobreviventes que se encontravam molhados e em situação de hipotermia foram transferidos para um navio patrulha que os levou para Lampedusa e encontram-se neste momento no centro de Contrada Imbriacola.

Os sobreviventes informaram as autoridades italianas que a embarcação precária partiu do porto de Sfax, na Tunísia, no passado sábado.

A Procuradoria italiana de Agrigento iniciou uma investigação sobre ”cumplicidade a imigração ilegal e morte”.

Nas próximas horas, os sobreviventes devem prestar depoimentos formais às autoridades judiciais italianas.

Segundo fontes policiais, os ocupantes da embarcação são originários do Mali, Costa do Marfim, Guiné Equatorial, Burquina Faso e Níger, entre os quais 10 mulheres (duas mulheres estão grávidas), e um menor.

A barcaça já tinha sido avistada na quinta-feira de manhã por uma traineira tunisina que pediu ajuda através da rádio às autoridades marítimas de Malta, onde se encontrava na altura.

Após o pedido de ajuda emitido às autoridades de Malta foi enviado uma patrulheira italiana para a zona onde estava a embarcação com os oito mortos a bordo.

Poucas horas antes do resgate desta barcaça, a Guarda Costeira de Itália socorreu uma outra embarcação precária com 75 pessoas a bordo procedentes dos Camarões, Costa do Marfim, Gana, Guiné Equatorial e Senegal.