“Quanto mais cedo o Presidente russo perceber que não vai alcançar os seus objetivos imperialistas, maiores serão as hipóteses de haver um fim rápido da guerra”, avisou.

“Putin tem todas as cartas na mão. Ele pode acabar com esta guerra”, acrescentou Scholz, sublinhando que “o Presidente russo falhou”, já que “apostou na divisão e aconteceu o contrário”.

Segundo o chanceler alemão, “a Ucrânia está mais unida do que nunca” e “a União Europeia está solidária”, incluindo Berlim.

“A determinação e coragem dos ucranianos em defender a sua liberdade impressionam-nos a todos. A Alemanha vai apoiar, enquanto for preciso e com toda a força necessária”, garantiu o ainda chefe do Governo alemão.

No entanto, adiantou Scholz, a Alemanha fará “tudo para evitar uma escalada da guerra entre a Rússia e a NATO” (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Scholz saudou também o facto de o seu país, que era particularmente dependente do abastecimento de hidrocarbonetos de Moscovo antes da guerra, “se ter livrado da energia russa em apenas um ano”.

“Temos gás e petróleo suficientes e a economia não está em recessão profunda”, congratulou-se Olaf Scholz.

Berlim tem, desde o início da guerra na Ucrânia, apostado fortemente no gás liquefeito, sobretudo com origem nos Estados Unidos, em substituição do gás russo que representava, antes do conflito, mais de 55% das importações desta fonte de energia.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, pelo menos 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.