“Assumo plena responsabilidade pelo que aconteceu em 30 de junho [de 1989] e sei que esta confissão é a prova mais forte”, disse Al-Bashir, que já foi condenado por corrupção após ter sido afastado do poder depois de quase 30 anos de governo, de acordo com a agência noticiosa estatal sudanesa SUNA.

O ex-chefe de Estado disse que “os membros do Conselho Revolucionário não tiveram qualquer papel no planeamento e execução, mas foram escolhidos para representar as suas unidades” após a revolta, na qual o Governo democraticamente eleito de Sadiq al-Mahdi foi derrubado.

Al-Bashir é acusado, juntamente com oficiais que faziam parte do seu Governo, de ter participado na conspiração, na detenção de líderes políticos, na suspensão do parlamento, no encerramento do aeroporto e no derrube das autoridades eleitas.

As investigações sobre o golpe de 1989 são um passo importante do governo de transição acordado após a revolta militar de 2019 – derrubada numa nova revolta em novembro de 2021 – contra os grupos políticos islamistas que ajudaram o antigo Presidente a chegar ao poder e a permanecer no poder durante quase 30 anos.

Al-Bashir foi condenado em finais de 2019 a uma pena de prisão por corrupção, mas nunca foi processado pelos alegados crimes contra a humanidade. É também alvo de dois mandados de captura do Tribunal Penal Internacional (TPI) por genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra por alegados abusos cometidos sob o seu comando na região sudanesa de Darfur.